Seguro desafia o primeiro-ministro a pôr “fim à austeridade”

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Seguro não conhece “nenhum país que tenha pago a sua dívida empobrecendo” Foto: Miguel Madeira

O secretário-geral do PS desafiou ontem o primeiro-ministro a aproveitar o Conselho de Ministros de hoje para anunciar que vai pôr “fim à austeridade” e tomar medidas para o crescimento económico e o emprego.

Numa intervenção num jantar do PS em Viseu, António José Seguro disse, dirigindo-se ao primeiro ministro, que “chega de aventuras”, de “meter medo aos portugueses” e “chega de más notícias”, apelando para que Pedro Passos Coelho anuncie “medidas concretas” para o crescimento e o emprego.

“Quero lançar desde Viseu um desafio ao primeiro-ministro: [no domingo] tem uma boa oportunidade para dar uma boa notícia aos portugueses. O Conselho de Ministros vai reunir-se extraordinariamente e eu desafio o primeiro-ministro a que finalmente ponha fim à austeridade e que tome medidas concretas para o crescimento económico e para o emprego no país”, afirmou.

Seguro admitiu que “é necessária austeridade para consolidar as contas públicas”, mas defendeu que “não é preciso tanta austeridade”, sublinhando por diversas vezes na sua intervenção a urgência de uma agenda para o crescimento da economia e do emprego.

Afinal era “menos austeridade”…

O líder do PS disse mesmo que, no lugar de Passos Coelho, também recorreria à austeridade, mas “menos austeridade”, sinalizando a “obrigação do primeiro-ministro” anunciar medidas concretas para que o país possa ver a economia a crescer e o desemprego a diminuir.

Para António José Seguro, os portugueses precisam de “estímulo e esperança” e as empresas de apoio porque, indicando com maior ênfase as que estão no sector da exportação, muitas estão “sem dinheiro para se pré-financiar” de forma a poderem manter a produção e a colocar bens nos mercados onde ainda existe forte poder de compra.

Referindo-se à dívida, Seguro garantiu que o PS defende que esta seja paga e honrada, mas frisou não conhecer “nenhum país que tenha pago a sua dívida empobrecendo”.

“Mal vai o país em que o seu Governo só tem austeridade para apresentar”, afirmou, lamentando que o primeiro-ministro, quando questionado numa entrevista recente sobre o que fará se as actuais medidas falharem, responda apenas que “só tem mais medidas de austeridade para apresentar”.

António José Seguro afirmou ainda, em Viseu, estar consciente da necessidade de “reduzir a despesa”, mas sinalizou que a situação exige uma “economia a crescer”.

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