Governo britânico apoia regresso de Horta Osório ao Lloyds

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Gestor entrou de baixa por razões de saúde no final de Outubro Luke MacGregor/Reuters

O UK Financial Investments (UKFI), organismo que representa os 41% que o Estado detém no banco, deu indicações à administração do Lloyds que gostaria de ver o gestor português de regresso, de acordo com uma notícia do The Sunday Telegraph.

Segundo este jornal, o UKFI disse ao presidente não executivo do Lloyds, Win Bischoff, que queria António Horta Osório “de regresso ao trabalho”, após ter tido uma conversa com o antigo gestor do Santander. O jornal, que não identificou as suas fontes, realça, no entanto, que os responsáveis deste organismo governamental querem evitar que o episódio da baixa de Horta Osório se volte a repetir.

Para já, conforme escreve o The Sunday Telegraph, este apoio pode ser importante, uma vez que na próxima quinta-feira o banco irá pronunciar-se sobre o regresso do gestor português à presidência executiva da instituição financeira. Uma das estratégias poderá passar pela partilha mais alargada das funções entre HOrta Osório e os restantes membros da comissão executiva.

Na sexta-feira, a BBC noticiou que Horta Osório, que suspendeu as funções por motivos de saúde, teria de entregar ao conselho de administração “provas médicas” de que está em condições de regressar ao trabalho. O maior grupo britânico, que foi intervencionado na sequência da crise de 2008, solicitou um relatório médico independente. Recorde-se que, no último fim-de-semana de Outubro, Horta Osório colapsou e foi internado em Londres numa clínica de recuperação do sono. A 2 de Novembro, o banco anunciou que o seu CEO estaria fora durante oito semanas para recuperar de um esgotamento.

Na edição de 6 de Dezembro, o PÚBLICO noticiou que o Lloyds estava a negociar o regresso, logo a seguir ao Natal, de Horta Osório à liderança do banco britânico (que poderá ocorrer a 27 de Dezembro), mas em termos distintos dos acordados inicialmente, nomeadamente no que respeita às condições em que vai exercer as funções e à sua remuneração. A instituição financeira pretende que o gestor se concentre no Lloyds a tempo inteiro, deixando assim outros cargos como o de administrador não executivo na Fundação Champalimaud.

Antes, o Financial Times noticiara que o Lloyds estava a estudar uma forma de reduzir a carga de trabalho do CEO, equacionando criar a figura "de chefe de operações" com responsabilidades perante a administração. O Lloyds aproveitou então para informar que, embora Osório estivesse a recuperar bem, era "evidente que não poderá voltar nas mesmas condições."

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