Monti diz que sem austeridade a Itália arriscava ser uma nova Grécia

Foto
Primeiro-ministro italiano conversou com a imprensa internacional antes de ir ao Parlamento Foto: Tony Gentile/Reuters

No dia em que apresenta no Parlamento o pacote de consolidação das contas públicas do novo Governo de Itália, o primeiro-ministro, Mario Monti, considerou que o país corria o risco de viver uma crise económica semelhante à da Grécia se não decidisse tomar estas medidas de austeridade.

“Sem este pacote, pensamos que a Itália pudesse colapsar, caminhando para uma situação semelhante à da Grécia”, referiu, numa conversa em Roma com a imprensa internacional, horas antes de ir hoje ao Parlamento explicar as medidas anticrise.

Para enquadrar o plano – com uma componente de 20.000 milhões de euros de consolidação orçamental e 10.000 milhões em estímulos económicos – novo chefe de Governo referiu que as medidas foram tomadas para gerar confiança no país, muito pressionado pelos mercados financeiros, e promover o crescimento da economia.

Segundo o relato da Reuters, defendeu que as consequências seriam devastadoras se não fossem tomadas novas medidas, tendo já o executivo de Silvio Berlusconi aprovado dois pacotes de medidas no valor de 60.000 milhões de euros. O país tem uma dívida pública a rondar os 120% e viu, nos últimos meses, sobretudo nas semanas que culminaram com a saída de Berlusconi, as taxas de juro da dívida nos mercados secundários subiram para além dos 7%, um nível considerado perigoso por alguns analistas para o financiamento sustentável dos Estados nos mercados obrigacionistas.

Em 2012, segundo as previsões de Bruxelas, Itália vai crescer apenas 0,1%, o que significa que o desempenho económico da terceira maior potência da zona euro, a seguir à Alemanha e à França, vai ser menor do que o conjunto dos 17 países da moeda única.

Confrontado com o facto de estar a exigir sacrifícios aos italianos, como o próprio disse ontem, Monti lembrou que uma parte das medidas do pacote tem uma componente de impostos que deixa de fora a população com menos rendimentos.

O ex-comissário europeu falava das taxas introduzidas sobre as transacções financeiras, um imposto sobre as fortunas e um imposto que abrange artigos de luxo ou jactos privados.

Mario Monti vai esta tarde explicar as medidas de austeridade, primeiro, à Câmara dos Deputados e, de seguida, ao Senado italiano.

Sugerir correcção
Comentar