Juros da dívida alemã sobem e os de Espanha e de Itália descem ligeiramente

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Mario Draghi, presidente do BCE Reuters

O mercado da dívida soberana continua a evidenciar grande nervosismo, com os juros das obrigações alemãs a 10 anos a mater o rimo de subida, pela sexta sessão consecutiva, e os juros de Espanha e Itália a corrigir ligeiramente, ajudados pelas compras do Banco Central Europeu (BCE).

Os juros implícitos das bonds estavam ontem, ao final da tarde e segundo dados da Reuters a 2,288%, quando ao mesma hora de sexta-feira estavam ligeiramente abaixo, a 2,224%. A subida dos juros das bonds está a acontecer desde segunda-feira da semana passada, e já estão bem distantes do recente mínimo histórico de 1,69%.

O sinais de preocupação continuam centrados em Itália e Espanha, embora a Bélgica continue a dar nas vistas, pelas piores razões.

No início da manhã, os juros de Itália a 10 anos fixaram hoje novos máximos, mas depois corrigiram ligeiramente, situando-se, a maior da tarde, nos 7,234%. A mesma tendência foi visível nos títulos de Espanha, que na abertura se situavam nos 6,8% e a meio da tarde nos 6,59%. A pressão compradora do BCE sobre obrigações destes dois países ajudarão a explicar a descida.

Hoje ficou a saber-se que o BCE fez compras na última semana (terminada em quarta-feira) no montante de 8,58 mil milhões de euros, o que representou uma estabilização face às compras que a instituição tem vindo a fazer. A pressão compradora do BCE tem incidido essencialmente sobre obrigações de Itália e Espanha.

A França seguiu a tendência de queda ligeira dos juros.

Já a Bélgica emitiu hoje dois mil milhões de euros de dívida, a 10 anos, e viu os juros subir para 5,659%, bem mais que os 4,37% em operação recente. No mercado secundários, os juros aproximam-se dos seis por cento.

Os juros de Portugal e da Grécia voltaram a subir e a registar máximos em alguns prazos , como foi o caso das obrigações portuguesas a 10 anos, que atingiu os 13,565%, e as obrigações gregas a 10 anos , nos 143,829%.

Robert Stheeman, responsável pela entidade gestora da dívida britânica, defendeu ontem, numa entrevista à Reuters, que o mercado secundário de dívida “está cada vez mais disfuncional”, dando como exemplo o facto recente da Alemanha não ter conseguido atrair procura suficiente para uma emissão de dívida.

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