Acordo europeu alivia juros da dívida nos países periféricos

Foto
Juros da dívida aliviam após acordo europeu REUTERS/Andrea Comas

As taxas de juro pedidas aos países mais atingidos pela crise da dívida soberana estão hoje em queda nos mercados, depois de os líderes europeus terem ontem chegado a um acordo para reduzir a dívida grega, aumentar o poder do fundo de resgate e recapitalizar os bancos.

Pelas 10 horas, as taxas de juro que os investidores pedem para comprar dívida portuguesa no mercado secundário (onde são revendidos os títulos emitidos pelo Estado, no chamado mercado primário) estavam a descer. As obrigações do Tesouro com maturidade a dez anos negociavam nos 12,34%, abaixo do valor da véspera. O mesmo acontece nos títulos a cinco e dois anos, que negoceiam agora em níveis mais baixos: 16,8% e 19,5%, respectivamente.

A Grécia, que esteve no centro de todas as negociações entre os líderes europeus, também está a beneficiar de uma redução dos juros, depois de os países da zona euro e da União Europeia terem, esta madrugada, chegado a um acordo com os bancos para reduzir em 50% a parte da dívida do país detida por privados e que ascende actualmente a 210 mil milhões num total de 350 mil milhões de euros. Ainda assim, os juros pedidos ao país mantêm-se, à semelhança de Portugal, em níveis insustentáveis: 24,4%, no prazo a dez anos, e 90,8% para títulos a dois anos.

Em Itália e em Espanha, que estavam em risco de se tornar as próximas vítimas da crise do euro, as taxas de juro também estão em queda, na sequência do acordo a que os líderes europeus chegaram para aumentar o poder de acção do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). Este acordo não servirá de muito para Portugal, Espanha ou Irlanda, que já estão afastados do mercado da dívida de longo prazo, devido aos programas de ajuda externa, mas deverá acalmar a pressão dos mercados sobre a dívida espanhola e italiana, bem como sobre a zona euro em geral.

Sugerir correcção
Comentar