França calcula necessidades de capital dos bancos nacionais em dez mil milhões

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Christian Noyer com Christine Lagarde, directora-geral do FMI Benoit Tessie/Reuters/Arquivo

O governador do banco central francês, Christian Noyer, calcula que o sector financeiro do país precise de dez mil milhões de euros para cumprir os níveis mínimos de capital exigidos pelas autoridades europeias.

Para o responsável, com assento no conselho de governadores do Banco Central Europeu, os bancos franceses conseguirão alcançar o nível mínimo de 9% para o rácio Core Tier 1 (que mede o capital das instituições) sem intervenção do Estado.

Em entrevista publicada no site da rádio francesa BFM, Christian Noyer disse estar convencido de que os bancos comerciais do país vão conseguir reforçar capitais por meios próprios. Todos sem excepção – “não há nenhum banco em particular que necessite de ajuda”, reforçou.

Christian Noyer mostrou-se já há algum tempo desfavorável à recapitalização dos bancos europeus, tendo chegado em Agosto a discordar de declarações de Christine Lagarde, directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e antiga ministra francesa das Finanças, que pedia um plano urgente de recapitalização.

O governador do Banco de França comentou ainda a ronda de negociações urgentes dos últimos dias entre Ministros das Finanças europeus e chefes de Estado e de Governo da zona euro e da União mostrando-se “confiante” nas soluções que sairão da cimeira de quarta-feira. A recapitalização da banca europeia é um dos temas que domina a agenda das reuniões dos líderes europeus na procura de uma solução para a crise da zona euro, estando as necessidades de capital do sector identificadas em 108 mil milhões de euros.

Sobre o eixo franco-alemão – que procura concertar posições para dotar o fundo de socorro do euro de uma maior capacidade de intervenção para fornecer liquidez aos países em dificuldades do que os actuais 440 mil milhões de euros – Noyer notou que a concertação de posições entre Nicolas Sarkozy, o Presidente francês, e a chanceler alemã, Angela Merkel ”funciona muito bem”.

Descartou estar em cima da mesa uma solução de pensamento único, até porque, diz, a situação é “uma situação muito difícil e as soluções não são evidentes”. “Há ideias que foram avançadas, alternativas e é com base no diálogo e na discussão” que os Governos se colocam de acordo, defendeu.

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