PSD e CDS chumbam propostas da oposição para alargamento das zonas do passe social

As propostas do PCP e do Bloco de Esquerda para o acesso e o aumento das zonas do passe social intermodal foram hoje chumbadas no Parlamento pelos partidos que pertencem ao Governo.

Pelo CDS-PP, o deputado Lino Ramos assegurou que as propostas apresentadas em plenário na "prática fariam as pessoas com menores rendimentos subsidiar" o sector dos transportes.

O deputado referiu que o Passe Social +, criado pelo actual executivo, corrige a "iniquidade social" e que os destinatários pagam agora menos em comparação com o preço do anterior passe.

No seu entender, o Plano Estratégico dos Transportes acautela tarifários comuns e a possibilidade de actualização geográfica. O depurado apontou ainda a "insensibilidade social" da proposta feita pela oposição de estabelecer descontos com base em escalões etários e não sobre rendimentos.

O social-democrata Sérgio Azenha recordou que o Passe Social + chega a "um milhão de portugueses" e referiu que se o título é criticado pela "esquerda e extrema-esquerda, algo está mal nas prioridades" destes partidos.

Para o PSD o "tempo dos desperdícios chegou ao fim" e as palavras de ordem são "reestruturar o sector empresarial terrestre", "repensar o sistema integrado de transporte" e "relançar o tarifário".

Bruno Dias, do PCP, argumentou não fazer sentido existirem "restrições" actualmente que não existiam quando o passe social foi criado: o título, exemplificou, não pode ser usado nomeadamente no comboio da ponte 25 de Abril.

PCP, BE, Verdes e PS foram unânimes na defesa da alteração das zonas/coroas para serem alargadas.

A bloquista Catarina Martins acrescentou a necessidade da "transversalidade" de um passe devido a "virtualidades sociais e económicas", como a "dissuasão do transporte privado". A deputada criticou a "criação de um passezinho que reduziu o número de pessoas com acesso ao passe".

O BE defendeu ainda um inquérito à mobilidade para "ajustar a oferta às necessidades". O projeto de resolução também mereceu os votos contra do PDS e CDS-PP.

Ana Paula Vitorino, do PS, apontou críticas à "morte anunciada do passe social intermodal" e aos "aumentos brutais" nos preços, referindo que o Passe Social + "deixa de fora milhões de pessoas só porque têm o azar de morar mais longe".

A deputada acusou o executivo de "óptica assistencialista e capitalismo selvático" e de seguir a máxima de que o "país é Lisboa e o resto paisagem".

Pelos Verdes, Heloísa Apolónia afirmou que não se tomam decisões para o "fomento do transporte público" e que tem sido seguida uma "lógica inversa" à que considera correcta: "quantos mais utentes, maior sustentabilidade".

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