Imprensa internacional faz eco da austeridade em Portugal

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Rafael Marchante/ Reuters

A drástica austeridade que o primeiro-ministro anunciou ontem para os próximos anos foi noticiada pela generalidade dos grandes jornais internacionais, que deram destaque ao aumento do horário de trabalho e a diminuição das remunerações no sector público.

“É um orçamento extremamente austero” para 2012, escreve o diário francês Le Monde, dizendo também que é resultado da dificuldade do Governo em conseguir alcançar os objectivos de redução do défice orçamental.

Na imprensa espanhola, o diário El País sublinha que os portugueses “começam a notar as duras exigências do resgate económico de Maio passado” e apelida de “draconiano” o orçamento apresentado pelo Governo para 2012, destacando também a supressão dos subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos e pensionistas que auferem mais de mil euros mensais.

O diário El Mundo, também espanhol, realça que a supressão de subsídios por dois anos e o aumento da jornada laboral, também por dois anos, visam o cumprimento dos défices orçamentais acordados com a troika, de 5,9 por cento este ano e 4,6 por cento em 2012.

Os principais jornais alemães também dão destaque nas suas edições online às medidas de poupança anunciadas pelo Governo português a partir de 2012, que classificaram de “draconianas”.

O Die Welt escreve: “Portugal, um pecador da dívida, quer poupar ainda mais, o chefe do governo falou de emergência nacional e anunciou duros cortes”, segundo relata a agência Lusa. Por sua vez, o jornal de economia Handelsblatt noticia que “Portugal apresenta novos planos de poupança para 2012”, sem fazer ainda comentários aos mesmos, como sucede também na restante imprensa germânica, que recebeu a notícia já após o fecho das redações, na quinta-feira à noite.

O diário financeiro norte-americano The Wall Street Journal diz no seu site que a redução dos salários dos trabalhadores do sector público é “uma tentativa para cumprir os termos do resgate internacional da União Europeia e do FMI”.

No Brasil, a Folha de São Paulo destacou a declaração de Pedro Passos Coelho de que Portugal “vive um momento de emergência nacional” e a justificação de o novo Governo ter tomado posse, em Junho, com 70 por cento do défice acordado para este ano já esgotado, o que o obriga a um maior ajustamento que o inicialmente previsto.

Notícia actualizada às 10h55
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