O acesso ao serviço de correio electrónico, de mensagens e ao browser nos telemóveis BlackBerry está a registar problemas pelo terceiro dia consecutivo. A fabricante Research In Motion (RIM) anunciou esta terça-feira à noite que o problema técnico que está na base da falha foi detectado e que está a ser resolvido.

"Temos conhecimento de que há utilizadores na Europa, no Médio Oriente, em África, na Índia, no Brasil, no Chile e na Argentina que estão a debater-se com atrasos nos serviços de mensagens e de Internet. Estamos a trabalhar para restabelecer a normalidade do serviço", informa a RIM. Há ainda queixas registadas no Canadá, nos Estados Unidos e no México.

A empresa não avança qualquer data prevista para a resolução do problema, que terá sido provocado pela saturação dos seus servidores e pela falha num switch para a transferência dos dados. Essa falha foi tratada, mas os dados acumulados ao longo dos últimos dias só agora estão a ser processados – daí os atrasos que ainda se verificam esta quarta-feira.

"Estamos a trabalhar dia e noite para resolver esta interrupção", disse o director executivo da RIM para o Reino Unido e a Irlanda, Stephen Bates, segundo o Guardian, ao BlackBerry Innovation Forum, com sede em Londres. Esta declaração, proferida esta quarta-feira de manhã, foi a primeira de um administrador de topo da empresa canadiana a propósito deste problema, que começou por volta das 11h de segunda-feira.

Nesse mesmo dia, à noite, a RIM conseguiu restabelecer o serviço de e-mail – mas o de mensagens instantâneas, o mais popular nos BlackBerry, continuou sem funcionar. E as reacções negativas nas redes sociais, tanto no Facebook como no Twitter, continuaram a surgir a bom ritmo. Os serviços de telefone e de SMS não foram afectados, mas os utilizadores destes smartphones não gostaram da demora na resolução do problema.

O Guardian adianta que o problema se deveu a uma actualização falhada do software da base de dados da RIM. O colapso do sistema aconteceu, de acordo com o diário britânico, quando a equipa responsável pela operação tentou inverter o processo para voltar a utilizar a versão anterior do software. Stephen Bates considera que a falha "não é aceitável" e que "os problemas de servidor são de prioridade máxima".

A empresa já pediu desculpa aos seus milhões de clientes afectados e assegurou que, a partir de agora, vai mantê-los informados sobre a resolução do problema. Algo que, nos últimos dias, foi acusada de não fazer: comunicar com os seus utilizadores e explicar-lhes o que tem estado a acontecer. O incidente está a ser visto, mais do que como uma falha técnica, como um tremendo erro de relações públicas.