Espanha volta a ser um país de emigrantes

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Nove em cada dez que saem são estrangeiros Juan Medina/Reuters (arquivo)

A emigração supera a imigração pela primeira vez em décadas em Espanha. Mais de meio milhão de pessoas vai sair do país - pouco mais do que a população da cidade de Lisboa. E a explicação é simples: economia em baixa, população em baixa.

São 580.850 pessoas a deixarem o país neste ano segundo dados divulgados, na sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística espanhol (INE). É mais do que o dobro registado em 2008. As partidas superarão as chegadas até 2020. De cada 10 que partem, 9 são estrangeiros.

Para os demógrafos, não há dúvidas: a crise económica é a responsável pelo fenónemo. A Espanha chegou a ser o país da União Europeia que mais recebia estrangeiros. Aliás só perdia no mundo para os Estados Unidos. A previsão era de que a população chegasse aos 49 milhões em 2018. Agora pela primeira vez, as previsões são pessimistas: em dez anos, o número de habitantes será 1,2% inferior do que os 46,1 milhões actuais. A Catalunha é a região em o número vai cair mais.

"A maioria dos estrangeiros que parte é de jovens que pertencem à população activa e isso é mau" - disse ao jornal El País o demógrafo Antonio Izquierdo da Universidade de la Coruña.

A taxa de natalidade também não vai aumentar. A projecção é de uma taxa 4,7% menor do que a década anterior. A idade média das mulheres terem filhos vai ultrapassar os 31 anos.

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