Banco Dexia no Luxemburgo poderá ser alienado a investidor desconhecido
O grupo está em negociações com um investidor internacional, "a postos para adquirir o braço luxemburguês” do banco Dexia, anunciou hoje o ministro das Finanças do Luxemburgo, Luc Frieden.
O Dexia BIL, como é denominada esta parte do grupo bancário franco-belga, é especializado na banca de retalho e na gestão de activos.
“Um investidor internacional está a postos para adquirir o Dexia BIL tendo em vista o seu desenvolvimento estratégico para a internacionalização”, afirmou hoje o ministro, durante uma conferência de imprensa. Luc Frieden sublinhou que “as negociações com o grupo Dexia estão em estado avançado e deverão concluir-se no final deste mês”.
De acordo com os jornais belgas L’Echo e De Tijid, o interessado é o fundo soberano do Qatar e a transacção está avaliada em 900 milhões de euros, com “o BIL a ver-se livre de todos os seus activos tóxicos”. Contactados pela AFP, a direcção do Dexia e as autoridades do Luxemburgo recusaram-se a comentar esta informação.
O governante indicou que devido à “característica sistémica do BIL”, criado em 1856, o Estado luxemburguês ficaria como accionista minoritário do banco.
Sem revelar o nome do investidor, informou que este último prefere não dar a conhecer a sua identidade nesta fase.
Num comunicado publicado pouco depois destas declarações, a direcção do grupo financeiro confirmou que estão “negociações exclusivas para a transferência do Dexia Banque Internationale no Luxemburgo” estão em curso com “um grupo de investidores internacionais”.
O grupo Dexia corre neste momento o risco de desmantelamento devido à incapacidade que tem neste momento de se financiar nos mercados, provocada pela forte exposição à dívida soberana de países europeus em dificuldades.
Os governos belga e francês já anunciaram que estão dispostos a intervir com ajudas àquela que poderá ser a primeira vítima financeira da crise da dívida soberana, providenciando garantias.
O BIL é o banco mais antigo do Luxemburgo, onde foi criado em 1856, e emprega hoje 5.500 pessoas em todo o mundo. Registou lucros de 224 milhões de eirós no ano passado, face a receitas de 1,15 mil milhões.
O grupo Dexia prepara-se para avançar com um plano de desmantelamento e separação de activos, devido à incapacidade que tem de se financiar nos mercados, provocada pela forte exposição à dívida soberana de países europeus em dificuldades.
O ministro das Finanças do Luxemburgo, Luc Frieden, assegurou que aquele Estado “tudo fará para assegurar a segurança dos depósitos”.
Notícia actualizada às 17h06