O Sporting e a arbitragem

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"Se o Sporting tivesse a sorte de ter algum Nolito, não estávamos aqui a choramingar". Dias da Cunha teve ontem, aos microfones da TSF, um breve e raro momento de bom senso.

Não interessa para o caso que o valor do jogador do Benfica possa estar a ser sobrevalorizado por quem não entende que os jogadores têm altos e baixos nas suas carreiras e que o clube de Alvalade até contratou dois jovens espanhóis (Jeffrén e Capel) que não ficam a dever muito ao benfiquista. Significativo é que o ex-presidente leonino tenha reconhecido, mesmo que indirecta e involuntariamente, que o grande problema do Sporting não são os erros da arbitragem - é não conseguir meter a bola na baliza.

O Sporting foi prejudicado pela arbitragem na abertura do campeonato, frente ao Olhanense. Mas, um golo mal anulado e um penálti por marcar não justificam todo o alarido que se criou depois, até porque não há ainda uma amostra suficiente para que se possa falar em tendência.

Godinho Lopes veio depois dizer que o Sporting se considera prejudicado. Mas o que o presidente leonino quis, de facto, dizer é que os sportinguistas entendem que, nos últimos anos, não têm sido tão beneficiados como o FC Porto e o Benfica. De facto, é provável que a falta de títulos e de poder junto dos órgãos decisórios tenha resultado também nessa factura suplementar.

O Sporting está a querer mostrar que as coisas mudaram, que também sabe falar grosso e que quer voltar a ter direito ao "justo quinhão" na distribuição dos favores arbitrais que normalmente estão reservados aos "grandes". Mesmo que diga o contrário. Mediu foi mal as consequências. E não contou que João Ferreira aproveitasse uma notícia num jornal (escudada em fontes anónimas do Sporting...) para tomar uma posição que - parece evidente - teve tanto de estratégica como de desproporcionada.

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