Bruxelas disponibiliza 1,4 milhões de euros para antigos trabalhadores da Rohde

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Sindicato diz que a maioria dos antigos trabalhadores da Rohde continua desempregada Carla Carvalho Tomás/Arquivo

A Comissão Europeia aprovou o pedido de Portugal à intervenção do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização no apoio aos ex-funcionários da Rohde, no valor de 1,4 milhões de euros, anunciou hoje a instituição europeia.

A Rohde era a maior empregadora nacional da indústria do calçado, situada em Santa Maria da Feira, e encerrou em Maio de 2010, levando a que os 974 trabalhadores fossem despedidos: 680 vão agora beneficiar da verba aprovada por Bruxelas e que se destina ao “reconhecimento de competências, formação profissional, bolsas para formação por iniciativa pessoal, formação e ajuda com vista à criação de empresas, apoio à auto-colocação e incentivos ao recrutamento”, segundo comunicado da Comissão.

Para a coordenadora do Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra, Fernanda Moreira, é um passo “benéfico” para os trabalhadores, lamentando, apenas, que estas “candidaturas não se possam fazer para todos os que ficam desempregados”.

“Os trabalhadores da indústria do calçado portuguesa foram atingidos pelas alterações estruturais ocorridas no comércio mundial e pela crise económica e financeira dos últimos anos. A decisão hoje tomada irá apoiar os antigos trabalhadores da Rohde a conseguirem novos empregos através de acções de formação que lhes proporcionarão as competências necessárias”, afirmou, em comunicado, o comissário europeu László Andor, responsável pelo pelouro do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão.

Segundo Fernanda Moreira, a maioria dos antigos trabalhadores da Rohde continua desempregada, com alguns a terem emigrado, enquanto outros encontraram, efectivamente, novo emprego.

A candidatura aos 1,4 milhões aprovados pela Comissão Europeia no âmbito do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização foi apresentada no final de 2010, explicou Fernanda Moreira, e faz parte de um pacote mais abrangente que ia até 2,23 milhões de euros, como indica o próprio comunicado da instituição europeia.

O comunicado da Comissão Europeia lembra ainda que a Rohde foi “afectada pela diminuição das vendas e por uma reduzida capacidade de investimento resultantes da crise financeira e económica”, o que, conjugado com uma quebra das encomendas por parte da empresa-mãe, em Schwalmstadt, na Alemanha, levaram a que fosse aberto um processo de falência em Setembro de 2009.

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