Troika admite que “os maiores desafios estão pela frente”

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Enric Vives-Rubio

O responsável do FMI, Poul Thomsen, elogiou hoje a forma como o Governo está a implementar o programa de ajuda externa, mas avisou que “os maiores desafios ainda estão pela frente”.

Falando na conferência de imprensa onda a troika está a fazer a sua primeira avaliação trimestral do programa de ajustamento, Poul Thomsen afirmou que as medidas estão em curso e que algumas foram mesmo tomadas antes do tempo. “Estamos confiantes que a meta de um défice de 5,9 por cento do PIB será atingida”, disse.

Contudo, o líder do FMI admite que “os maiores desafios estão pela frente”, referindo-se, nomeadamente, à necessidade de o Governo lançar reformas estruturais que permitam um maior controlo sobre as empresas públicas, as parcerias público-privadas e a administração local. “Esse é um dos desafios do programa, que será posto à prova nos próximos meses”, avisou.

Poul Thomsen salientou ainda que o sucesso do programa da troika passa por “abrir a economia portuguesa e torná-la mais competitiva”, o que só será conseguido com as reformas estruturais.

“Sem isso, há o perigo de que o programa seja só de consolidação e de desalavancagem do sector financeiro, e não de crescimento económico”, alerta.

Neste quadro, uma das reformas que a troika considera mais importantes é a desvalorização fiscal, que “é essencial para restaurar a competitividade”. O líder do FMI diz que o primeiro passo da proposta de redução da Taxa Social Única e compensação da medida, através, provavelmente, de subidas no IVA, tem de ser implementado nas próximas semanas, para que esta reforma esteja pronta a tempo do Orçamento do Estado de 2012.

Poul Thomsen admite que, apesar de não ser difícil tomar esta medida em termos técnicos, é desafiante, salientando que “a determinação do Governo será posta à prova nas próximas semanas e meses”.

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