António Borges pede “mais Europa” para ultrapassar a crise da dívida

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António Borges pede mais integração europeia Enric Vives-Rubio

O director do departamento europeu do FMI, António Borges, defende que, para se ultrapassar a crise da dívida soberana, é preciso “mais Europa, não menos”, pedindo novas reformas no sentido da integração europeia.

Numa publicação do blogue do Fundo Monetário Internacional (FMI), que a instituição divulgou hoje juntamente com a sua avaliação regular sobre as políticas da zona euro, António Borges refere que os líderes europeus têm de antecipar mudanças estruturais e uma integração económica mais profunda”.

Para o director do departamento europeu do FMI, “as reformas não são ainda suficientemente fortes para assegurar o sucesso e os políticos e o público permanecem relutantes em renovar os seus votos no Projecto Europeu”. “Para deixar a crise para trás, precisamos de mais Europa, não menos. E precisamos agora”, conclui.

No relatório hoje divulgado, o FMI reforça o apelo a uma acção concertada por parte da Europa para resolver de vez a crise da dívida da zona euro e, sobretudo, evitar o contágio às grandes economias, como a Itália e a Espanha.

No documento divulgado esta tarde, o FMI alerta que “a intensificação da crise da dívida, sobretudo se as tensões se espalharem para o coração da zona euro, terá consequências amplas a nível mundial”. O Fundo defende, por isso, que uma “acção política decisiva para conter a crise é crítica, não só para a própria zona euro, mas também do ponto de vista mundial”.

O relatório surge no âmbito da análise anual que o FMI faz aos seus países membros e ao conjunto da zona euro, ao abrigo do artigo IV da instituição.

Fundo pede FEEF mais flexível e clarificação sobre reestruturação da dívida

Tal como já tinha referido nas suas conclusões preliminares do relatório sobre a zona euro, divulgadas há cerca de um mês, o FMI voltou a pedir aos líderes europeus que tornem o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) mais flexível, permitindo, nomeadamente, que passe a comprar dívida dos países em dificuldades no mercado secundário.

O Fundo pede “uma rápida implementação do compromisso de aumentar a capacidade do FEEF e defende que a sua utilização deve ser mais flexível de modo a travar os problemas dos Estados e dos bancos”.

Além disso, o FMI pede também uma clarificação por parte dos líderes europeus sobre o envolvimento ou não do sector privado, quer nos programas actuais, quer no contexto do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), que irá substituir o FEEF a partir de 2013.

Finalmente, a instituição liderada pela francesa Christine Lagarde recomenda que os líderes europeus tomem medidas imediatas para fortalecer o sistema financeiro, através de uma recapitalização adequada.

Notícia actualizada às 16h59
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