Juros das obrigações italianas e espanholas prosseguem escalada

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Andrea Comas/ Reuters (arquivo)

Os juros implícitos das obrigações italianas e espanholas nos mercados secundários continuavam hoje o movimento de subida continuada e generalizada aos principais prazos que se regista desde o início do mês, enquanto as portuguesas batiam novos máximos absolutos.

As taxas implícitas às transacções de títulos da dívida italiana a dez anos (prazo de referência nos mercados) estavam hoje a subir perto das 10h de hoje para 5,399 por cento, enquanto as espanholas subiam para 5,806, valores que não se viam desde 2002, segundo do dados da agência Reuters. No dia 1 estavam em respectivamente 4,871 e 5,389 por cento.

Durante os primeiros dias do mês a subida dos juros das obrigações italianas foi mais rápido que o das espanholas, o que fez com que o país descolasse do grupo de Estados do euro que não estão de momento com problemas nos mercados de títulos de dívida pública (chamados de secundários por não ser aqueles onde o Estado vai buscar dinheiro contra títulos, mas por se tratar de transacções com títulos já emitidos e cujo valor facial o Estado arrecadou) e se aproxima-se da situação da Espanha, que até agora era dada como o eventual próximo país a necessitar de um resgate.

A dimensão da dívida e da economias italianas é muito superior à de Espanha, o que fez soar um alarme que fez com que fosse convocada para hoje de manhã uma reunião de emergência da zona euro para analisar também esta questão. Se havia dúvidas sobre se o sistema de resgates em vigor seria suficiente caso a Espanha necessitasse, para a Itália elas não se põem.

As taxas implícitas das obrigações italianas a cinco anos estavam àquela hora em 4,788 por cento, enquanto as espanholas registavam um valor que não se via desde a entrada em circulação das notas e moedas de euro, em 5,115 por cento. No dia 1, estavam em respectivamente 4,111 e 4,635 por cento. Esta tendência de subida desde o início do mês estendia-se aos prazos mais curtos.

Por seu lado, os juro das obrigações portuguesas continuavam a subir para valores que não se viam desde que a agência Reuters (a fonte do PÚBLICO) apresenta dados, que remontam a 1995 nos prazos mais longos. A taxas a dez anos avançava para 13,292 por cento pouco depois das 10h, enquanto a taxa a cinco anos ia em 17,467 e as taxa a três anos se aproximava dos vinte por cento (19,449). A dois anos, roçava já os 18 por cento.

Por resultarem dos valores de transacções, ou apenas de intenções, comunicados às agências Reuters e Bloomberg por grandes operadores do mercado, os valores das taxas implícitas nos mercados secundários, não são muito exactos, deferindo entre as agências. São também particularmente vulneráveis à especulação por estes mercados serem pouco regulados.

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