Merkel quer baixar impostos, mas os alemães preferem o combate ao défice

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Sondagem coloca sociais-democratas à frente da coligação de Merkel Fabrizio Bensch/Reuters

Não se pode dizer de forma literal que os alemães estão contra a baixa de impostos no país. Mas é o que parece sugerir uma sondagem hoje revelada: cerca de 70 por cento dizem que o Governo faria melhor em manter as contas públicas equilibradas.

À pergunta colocada pelo instituto Infratest-Dimap – “É mais importante para si baixar os impostos ou limitar o crescimento da dívida pública?” – cerca de 70 por cento, entre 1005 inquiridos, responderam a favor de medidas de contenção orçamental.

Os que consideram que reduzir os impostos é mais importante são apenas 24 por cento, uma minoria que contraria a decisão da coligação governamental da chanceler Angela Merkel, que na quarta-feira aprovou a medida, dirigida aos rendimentos mais baixos.

Questionados sobre a opção em concreto – ou seja, sobre a medida que deverá entrar em vigor em Janeiro de 2013, ano de eleições legislativas – de novo uma maioria volta a dizer “não” em relação à promessa. Desta vez, há 63 por cento de alemães desfavoráveis à implementação, contra 36 que se mostram favoráveis.

A popularidade do Governo está agora em queda e uma outra sondagem do mesmo instituto confirma isso mesmo. Se as legislativas se realizassem no domingo, os sociais-democratas (SPD) e Os Verdes, na oposição, venceriam juntos com 49 por cento dos votos, a passo que os conservadores no poder não conseguiriam arrecadar mais do que 37 por cento.

Face a um crescimento económico da Alemanha nos 2,6 por cento este ano (Merkel admitiu poder chegar aos três por cento), o Governo diz ter margem de manobra para não continuar a fazer pesar o ajustamento orçamental sobre os contribuintes com menores rendimentos.

Nos últimos dois anos, as receitas fiscais superaram as previsões iniciais e o défice orçamental ficou nos 3,3 por cento do PIB – apenas umas décimas acima do limite estabelecida no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) para a zona euro.

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