Juros da dívida pública em novos máximos nos mercados secundários

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Os novos máximos registaram-se pouco antes de um novo leilão de dívida Pedro Cunha (arquivo)

Os juros da dívida pública nos mercados secundários estão hoje de manhã a disparar nos principais prazos e ultrapassaram já os máximos históricos a dez, três e dois anos, e a cinco e um ano roçavam esse limiar.

A agência de notação de risco de crédito Moody´s descalssificou ontem a nota de risco da dívida pública nacional em quatro patamares, de Baa1 para Ba2, e hoje as taxas de juro implícitas às transacções com obrigações a dez anos, a referência nos mercados, escalavam para 12,075 por cento às 10h15, segundo os dados da agência Reuters (os que o PÚBLICO utiliza como fonte). É um novo máximo histórico desde que há euro e desde meados dos anos 1990, quando na segunda-feira estavam em 11,153 por cento no encerramento do mercado.

Nos restantes prazos mais comuns o cenário era semelhante, com os juros implícitos das obrigações a três e a cinco anos a escalaram àquela hora para novos máximos desde os anos 1990, em respectivamente 16,636 e 15,330 por cento. Estes valores, tal como os das obrigações a dez anos superaram os recordes registados no dia 27 do mês passado.

Para as obrigações a cinco anos e os títulos a um ano o cenário era semelhante, com os juros a dispararem para respectivamente 14,555 e 11,805, face a máximos anteriores de respectivamente 14,456 e 11,849 por cento.

Estes valores eram alcançados momentos anos de um novo leilão de títulos de dívida pública a três meses, que o IGCP tinha marcado para as 10h30.

As taxas implícitas registadas em relação aos mercados secundários resultam dos valores de transacções, ou apenas de intenções, comunicados às agências Reuters e Bloomberg por grandes operadores do mercado. Por se poder tratar apenas de comunicações voluntárias de um conjunto restrito de entidades, e por estes mercados serem pouco regulados, os valores das taxas implícitas não são muito exactos, deferindo entre as agências, e são particularmente vulneráveis à especulação.

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