Obras do Túnel do Marão estão suspensas

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Paulo Pimenta

As obras do Túnel do Marão pararam completamente hoje e vão estar suspensas nos próximos 90 dias por motivos de falta de dinheiro, revelou o Sindicato da Construção de Portugal.

A Somague, que lidera este consórcio, confirmou ao PÚBLICO esta suspensão, mas não fez mais comentários sobre as razões que estarão por detrás desta decisão.

A notícia tinha sido dada hoje aos jornais por elementos dos consórcios construtores - que mobilizam cerca de 1400 trabalhadores - e denunciada posteriormente pelo Sindicado da Construção, presidido por Albano Ribeiro. Segundo este sindicalista, citado pela Lusa, os cerca de 1 400 trabalhadores foram alertados para o encerramento das obras na quarta-feira passada, mas alguns “foram ficando até hoje”, sendo que a partir de agora estão “totalmente paradas” as obras os túneis e os acessos.

Para Albano Ribeiro, a preocupação centra-se não sobre os funcionários de “empresas idóneas como a Somague”, que lidera o consórcio encarregue da obra, mas sim sobre os trabalhadores ligados a empresas que poderão vir a dispensar os funcionários, a partir desta suspensão.

Albano Ribeiro avança que foi pedida uma audiência ao novo ministro das Obras Públicas e rejeita as razões invocadas para a suspensão das obras: “Não há razão nenhuma para que os túneis parem, a falta de dinheiro não pode ser o argumento forte para que isto esteja a acontecer”.

A obra de construção do Túnel do Marão foi adjudicada ao consórcio Auto-Estrada do Marão, liderado pela Somague, em Abril de 2008 e representa um investimento de 350 milhões de euros. Com uma extensão de 30 km, a Concessão Túnel do Marão irá atravessar os concelhos de Amarante e Vila Real, através da transformação do IP4 em perfil de Auto-estrada (A4).

Esta concessão inclui ainda a construção do maior túnel rodoviário nacional, com 5,6 quilómetros. Em comunicado, o Ministério tutelado por Mário Lino refere que “esta concessão foi adjudicada em cerca 13 meses, contados a partir da data do seu lançamento - 17 de Fevereiro de 2007 -, situação que é pela primeira vez verificada nos processos de concurso das Parcerias Público-Privadas rodoviárias em Portugal”.

Na altura em que obra foi adjudicada, o então ministro das Obras Públicas sublinhou a rapidez do procedimento concursal, que permitiu contratar uma Parceria Público Privada em apenas 13 meses.

Depois de várias notícias sobre providências cautelares impostas pela empresa Águas do Marão, e que obrigaram a suspender a obra, a última vez que o Túnel do Marão foi notícia deveu-se à decisão de as autoridades estatísticas nacionais e europeias contabilizarem a investimento previsto no perímetro da despesa pública, obrigando a fazer uma revisão em alta do défice público.

Notícia actualizada às 17h55
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