Perfil: Daniel Campelo, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural

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Daniel Campelo Foto: PÚBLICO/arquivo

José Daniel Rosas Campelo da Rocha, engenheiro agrónomo, cumpriu quatro mandatos como presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, de 1994 até 2009, um dos quais ganho como independente.

Nas últimas autárquicas Campelo não se recandidatou, cedendo o lugar ao número dois da autarquia, Vitor Mendes, actual presidente. Desde 2009 que Campelo está afastado da vida política e, na altura, disse que iria dedicar mais tempo a duas paixões, a agricultura e a caça.

Campelo sentou-se nas bancadas da Assembleia da República enquanto deputado por Viana do Castelo, do Grupo Parlamentar do CDS-PP e depois como independente na VIII Legislatura, de 25 de Outubro de 1999 a 4 de Abril de 2002. Pertenceu à Comissão de Economia, Finanças e Plano e à Comissão de Administração e Ordenamento do Território, Poder Local e Ambiente.

Durante o seu tempo enquanto deputado, apresentou dois Projectos de Lei, um para a revisão da taxa contributiva dos trabalhadores do sector da pesca e outro sobre a integração da freguesia de Vale da Amoreira, concelho da Guarda, no concelho de Manteigas.

Este político ficou conhecido do país em 2000 por ter feito greve de fome contra a transferência da produção do queijo Limiano de Ponte de Lima para Vale de Cambra, depois da compra da fábrica pela multinacional Lacto Ibérica. Teve então o apoio do primeiro-ministro António Guterres, apoio esse conseguido por ter aprovado, com o seu voto, dois orçamentos socialistas, contra as indicações do partido.

A irreverência de Campelo, mostrada com a questão do orçamento e do queijo Limiano, levou à suspensão da condição de militante do CDS-PP, em 2001, com Paulo Portas a negar-lhe confiança política. Esta sanção foi anunciada a 23 de Maio de 2001 no final da reunião do Conselho de Jurisdição do partido. Diogo Feyo, então presidente deste órgão, afirmou que Campelo merecia a expulsão, mas a sua boa militância foi tida em conta e serviu como atenuante.

Campelo protagonizou sempre uma oposição interna a Paulo Portas, apesar de ter acompanhado o líder centrista na campanha às legislativas de Junho, quando Portas de deslocou ao distrito de Viana do Castelo.

A 5 de Fevereiro deste ano, Campelo recebeu o apoio de Portas na apresentação da sua candidatura à distrital de Viana do Castelo do CDS-PP. Ao PÚBLICO justificou, então, a sua decisão de ter aceitado o convite – lançado por dirigentes nacionais, distritais e concelhios do partido – com a vontade de retirar Viana do Castelo do atraso em que se encontra. Este "é um distrito marginalizado e esquecido que tem que fazer valer o seu peso no contexto do desenvolvimento do país", sustentou.

Entre os seus objectivos está a melhor defesa do distrito de Viana do Castelo e convencer o partido para a urgência da Regionalização, através da criação, no Alto Minho, das bases de “um novo estilo de fazer política”. Na verdade, em Março deste ano, durante o 24º Congresso do CDS-PP, Campelo propôs o apoio do partido à Regionalização, mas essa proposta foi transformada em recomendação que, ainda assim, foi chumbada.

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