Juros a cinco anos com novo máximo desde que existe a moeda europeia

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Sara Matos (arquivo)

Os juros da dívida pública continuavam hoje a subir nos prazos mais longos, batendo para as obrigações a cinco anos o recorde desde que existe moeda única, remontando a níveis de 1995.

A taxa implícita nas transacções (ou meras intenções) de obrigações a dez anos, prazo que é a referência nos mercados, avançava para 9,872 por cento, mas abaixo do máximo de 10,089 por cento registado a 29 de Abril, segundo dados da agência Reuters (os que o PÚLBICO utiliza).

Para as obrigações a cinco anos, o valor dos juros implícitos avançava para 12,175 por cento, após os 12,104 registados ontem ao fim do dia, e que já constituíam um novo máximo desde que existe o euro e um valor que não se registava desde 1995.

As notícias insistentes sobre a necessidade ou inevitabilidade de reestruturação da dívida grega, e também o alarme sobre a possibilidade de o país vir a sair da zona euro, lançado no final da semana passada, fizeram subir os juros da dívida nacional, e também da espanhola, que no entanto hoje recuavam ligeiramente.

Nos prazos mais curtos, os juros implícitos nacionais recuavam ligeiramente, depois de ontem terem estado a subir, mas sem terem alcançado os máximos registados entre o final de Abril e o início deste mês.

As taxas a três, dois e um ano recuavam respectivamente para 11,923, 11,815 e 10,582 por cento.

As taxas implícitas registadas nos mercados secundários resultam dos valores de transacções, ou apenas de intenções, comunicados às agências Reuters e Bloomberg por grandes operadores do mercado.

Por se poder tratar apenas de comunicações voluntárias de um conjunto restrito de entidades, e por estes mercados serem pouco regulados, os valores das taxas implícitas não são muito exactos, deferindo entre as agências, e são particularmente vulneráveis à especulação.

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