Ministro grego: reestruturar dívida colocaria o país fora do mercado por mais de dez anos

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John Kolesidis/ Reuters (arquivo)

O ministro das Finanças da Grécia, George Papaconstantinou, disse hoje que uma reestruturação da dívida grega poderia colocar o país fora do financiamento dos mercados internacionais por uma década ou mais.

“A reestruturação, um corte da dívida, seria um erro enorme para o país”, disse Papaconstantinou numa entrevista hoje à televisão estatal, citado pela agência de informação financeira Bloomberg.

“Isso teria um custo enorme, sem nenhum benefício. A Grécia estaria de fora dos mercados por 10 ou 15 anos”, acrescentou.

Os rumores sobre a possibilidade de falência da Grécia no início de 2010 levaram à criação de um plano de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional orçado em 110 mil milhões de euros ao longo de três anos.

Na sequência desse empréstimo, o Governo grego implementou um programa de austeridade para equilibrar as contas públicas. No entanto, os mercados internacionais continuam cépticos quanto à capacidade do país pagar a sua dívida e continuam a falar numa reestruturação após declarações de líderes europeus sobre o assunto.

De acordo com o plano de ajuda, a Grécia deveria recuperar o acesso ao mercado no próximo ano e refinanciar pelo menos três quartos da sua dívida com maturidade a médio e longo prazo.

27 mil milhões por assegurar

As necessidades de financiamento da Grécia para 2011 totalizam 58 mil milhões de euros e serão totalmente cobertas pelo montante do resgate e pela venda de dívida soberana de curto prazo, disse a 13 de Março o Ministério das Finanças.

Em 2012, as necessidades ascendem a 66 mil milhões de euros, com 24 mil milhões a virem do pacote de ajuda, dois mil milhões de euros decorrentes da venda de activos do Estado e 13 mil milhões de euros da colocação de dívida.

De acordo com as contas da Bloomberg, ficam de fora 27 mil milhões de euros que têm de ser assegurados pelos investidores ou pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).

O défice da Grécia atingiu os 15,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, então um recorde para a zona euro. Em 2010, o défice caiu para 10,5 por cento e este ano o Governo socialista grego estipulou a meta de 7,4 por cento, de modo a atingir os três por cento em 2014.

A dívida do país deverá atingir um pico de 159 por cento do PIB em 2012.

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