Refer com prejuízos de 146,5 milhões de euros em 2010

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Rede ferroviária nacional tem uma extensão de 3619 quilómetros PÚBLICO

A Refer, empresa que gere a Rede ferroviária nacional, fechou o ano de 2010 com resultados líquidos negativos de 146,5 milhões de euros. A empresa divulgou hoje os resultados do exercício que fica marcado pelo aumento dos níveis de endividamento.

Os rendimentos operacionais da empresa atingiram os 123, 3 milhões de euros em 2010, mas os custos por essa mesma operação ascenderam aos 232 milhões de euros - o que conduz a um resultado operacional negativo de 108 milhões. A estas contas soma-se o agravamento da divida da empresa, que necessitou de reforçar o credito de curto prazo para fazer face aos seus compromissos.

Segundo o relatório divulgado hoje ao mercado, a empresa, o total do passivo registou um incremento de 787 milhões de euros, “devido essencialmente ao aumento registado no passivo corrente - financiamento de curto prazo, que resulta da necessidade de recorrer a financiamento de curto prazo para financiar a actividade de investimento”. Em 2009 a divida de longo prazo no total da divida era de 90 por cento, em 2010 este rácio passou a ser de 78 por cento.

Os rendimentos da actividade de Gestão de Infra-estruturas mantiveram-se em 2010 em níveis muito semelhantes ao ano anterior, registando um aumento marginal de um por cento – cerca de 1,6 milhões de euros. Os rendimentos de gestão totalizam 109,3 milhões de euros (contra os 107,7 milhões de euros registados em 2009), tendo sido o aumento de tarifas cobrados aos clientes (onde a CP assume uma clara predominância) a rubrica que mais contribuiu para este aumento.

Em termos de indemnizações compensatórias pela prestação de serviço público até se registou uma diminuição, já que, apesar de se ter mantido o valor, 299 mil euros foram devolvidos em sede de pagamento de IVA (que entretanto aumentou). O total dos subsídios à exploração recebidos em 2010 foi de 36 milhões de euros.

A Refer aumentou durante o ano de 2010 a sua tarifa base, e cobrou aos seus clientes um total 61,4 milhões de euros, mais 2,4 milhões de euros do que no ano anterior.

Os gastos com o pessoal atingiram os 83,6 milhões, depois de uma redução de quatro por cento face ao ano anterior. “ Esta descida é justificada, principalmente pela diminuição de rescisões por mútuo acordo. O custo médio por trabalhador da actividade gestão da infra-estrutura diminuiu dois por cento em 2010, uma vez este ano o valor registado foi de 30 mil euros, por trabalhador.

A actividade de Investimentos aumentou 31 por cento o seu peso no total de gastos, indicando a Refer no seu relatório que ele atingiu os 15,2 milhões de euros.

Segundo o relatório da Refer, “o continuado deficit da actividade leva ao aumento dos níveis de endividamento de Curto e Médio e Longo Prazo, os quais registaram um incremento de 487 milhões de euros face a 2009, sendo as necessidades totais de 493 milhões de euros”.

Para 2011 a empresa prevê um travão a fundo na actividade de investimento em cerca de 65 por cento, imposta pelo Plano de Estabilidade e Crescimento em cerca de 65 por cento. A Refer estima ser possível diminuir os custos operacionais em cerca de 15por cento, face ao ano de 2010, e reduzir o défice de exploração

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