China atinge primeiro défice comercial em sete anos

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Apesar do défice do primeiro tirmestre, a China deverá chegar ao fim de 2011 com excedente comercial. Reuters

Pela primeira vez em sete anos, a China teve um défice comercial de 1020 milhões de dólares (708 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2011, devido aos elevados preços das matérias-primas importadas.

De acordo com a Administração-Geral das Alfândegas da China, nos primeiros três meses do ano, as importações chinesas aumentaram 32,6 por cento em relação a igual período de 2010, para 400.660 milhões de dólares (278.216 milhões de euros), e as exportações apenas 26,5 por cento, para 399.640 milhões de dólares (277.508 milhões de euros).

O invulgar défice comercial chinês foi particularmente acentuado em Fevereiro, quando somou 7300 milhões de dólares (5070 milhões de euros).

Contudo, no mês de Março, as exportações chinesas voltaram a exceder as importações, proporcionando um saldo de 140 milhões de dólares (97,2 milhões de euros) e dando sinais de uma melhoria nos trimestres seguintes.

De acordo com a Administração-Geral das Alfândegas, este défice comercial ficou a dever-se sobretudo ao elevado preço das matérias-primas importadas. Porém, de acordo com um economista da UBS ouvido pela agência Dow Jones, no final do corrente ano, o maior exportador do mundo estará numa situação de excedente comercial.

“A procura na china é muito forte e actualmente o preço das matérias-primas é elevado. Mas a situação [da balança comercial] não vai durar, uma vez que as exportações chinesas tendem a aumentar no segundo semestre”, garantiu o economista Wang Tao.

O comércio com a União Europeia, o maior parceiro da China, aumentou 22 por cento no primeiro trimestre de 2011, para 123.700 milhões de dólares (85.900 milhões de euros), e com os Estados Unidos subiu 25 por cento, para 97.650 milhões de dólares (67.807 milhões de euros), indicou ainda o organismo oficial que hoje divulgou os resultados.

A balança comercial chinesa é um indicador politicamente sensível. É que recorrentemente o governo é acusado pelos seus parceiros comerciais – nomeadamente os Estados Unidos - de favorecer de forma artificial as suas exportações ao subavaliar a sua moeda, o yuan.

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