Presidente da APB considera “urgente” pedido de ajuda à Europa

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António de Sousa, presidente da APB Miguel Manso

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) considera “urgente” que Portugal peça ajuda externa financeira à Europa, já que os bancos nacionais não têm mais dinheiro para emprestar.

“Os bancos já não têm mais crédito para dar”, afirmou à Lusa António de Sousa, à margem do Fórum Recursos Humanos e Formação na Banca, que hoje se realiza em Lisboa.

“A banca atingiu um limite junto do Banco Central Europeu (BCE) e que -- isso já foi divulgado quer pelo Banco de Portugal quer pelo BCE - não pode ultrapassar, o que significa que não pode emprestar mais dinheiro ao Estado”, explicou António de Sousa, argumentando que “é mais importante apoiar a economia”.

A banca “continuará a apoiar as pequenas e médias empresas e as famílias e mesmo as grandes empresas (grandes em Portugal, não necessariamente as muito grandes [porque] essas ainda conseguem obter financiamento de outra maneira”, garantiu, sustentando que se emprestasse ao Estado “isso significaria cortar totalmente o financiamento à economia, o que era muito pior”.

Por isso, o responsável da APB admite ser “urgente” receber um apoio financeiro mais substancial “para fazer face às necessidades mais imediatas” e considera que Portugal deve pedir ajuda externa a longo prazo, porque -- sublinhou -- o Estado português já tem apoio a curto prazo.

Portugal já recebeu ajuda de curto prazo porque “os 40 mil milhões de euros que o BCE emprestou aos bancos portugueses e estes, por sua vez, emprestaram ao Estado português sob diversas formas -- não só ao Tesouro directamente mas também às empresas públicas”, disse o presidente da APB.

No entanto, adiantou, “isto não é uma situação sustentável porque são empréstimos de muito curto prazo e o BCE pode decidir diminui-los”.

O Jornal de Negócios noticiou na terça-feira que os líderes dos principais bancos portugueses reuniram-se na segunda-feira no Banco de Portugal e decidiram não emprestar mais dinheiro ao Estado, instando o Governo a pedir a Bruxelas um apoio intercalar de 15 mil milhões de euros.

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