AVC: 2.900 casos encaminhados para a Via Verde em 2010

Perto de 2.900 casos de acidentes vasculares cerebrais foram encaminhados em 2010 para a Via Verde do AVC, a maioria dos quais ocorreu nos distritos do Porto e Lisboa, anunciou hoje o INEM.

Os dados, divulgados na véspera de se assinalar o Dia Nacional do Doente com AVC, indicam que o maior número de casos (753) ocorreu no distrito do Porto, seguindo-se o de Lisboa (575), Braga, com 246 casos, e Aveiro com 204.

O número de doentes encaminhados para a Via Verde do AVC tem vindo a subir: 703 em 2007, 1.819 em 2008, 2.717 em 2009 e 2.900 em 2010.

Como razões para este aumento, a directora Regional de Lisboa do INEM apontou a divulgação feita pelo Ministério da Saúde da importância de os doentes com AVC serem integrados na Via Verde (via mais rápida para a terapêutica adequada) e a existência de um maior número de hospitais capazes de prestar o tratamento específico.

Mas, segundo Teresa Pinto, a população precisa de ter uma mensagem clara: “Ligue o 112 em caso de falta de força num braço, boca ao lado ou dificuldade em falar, responda às perguntas que forem colocadas, não se esqueça de que mais vale perder dois minutos numa triagem, que pode parecer morosa, mas podem valer uma vida”.

“Nós temos de ser rápidos e a rapidez não é só do lado de cá. Todos temos responsabilidade perante um vizinho, um familiar que apresenta os sintomas do AVC em dar o alerta devidamente”, sublinhou.

E, salientou, “quanto mais rápido for o alerta perante os sintomas, mais rapidamente se põem em marcha os procedimentos, porque a partir do momento em que o AVC se instala há uma contagem decrescente”.

O doente deverá chegar ao hospital antes das três primeiras horas após o início dos sintomas. “Não interessa só a rapidez do atendimento, interessa também a rapidez da chegada dos meios ao local e a rapidez da orientação para o hospital”, referiu Teresa Pinto.

As estatísticas do Instituto Nacional de Emergência Médica revelam que, na maioria dos casos, decorreu entre trinta minutos e uma hora desde o início dos sintomas até ao alerta para o 112.

Através do 112, o INEM coordena a assistência pré-hospitalar e encaminha as vítimas para a Via Verde do AVC, que permite "um tratamento mais rápido e eficaz da doença, nos hospitais adequados ao tratamento desta doença".

Para que um doente possa ser admitido na Via Verde deve ter entre 18 a 80 anos, ter um tempo de evolução dos sintomas de menos de três horas e não ter qualquer dependência prévia, nomeadamente sequelas de AVC anterior.

Em Portugal, o AVC é a principal causa de morte e incapacidade. Por hora, morrem dois portugueses e metade dos sobreviventes fica com limitações nas actividades diárias.

Calcula-se que uma em cada seis pessoas venha a sofrer ao longo da vida um AVC, um défice neurológico súbito, motivado por deficiência de circulação arterial ou hemorragia no cérebro.

"Estes números ajudam a compreender a importância e o peso individual, familiar e social desta doença e reforçam a necessidade de implementar medidas para a combater", defende a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral.

Para prevenir a doença, devem ser adoptados hábitos de vida saudáveis, evitar o tabaco e a vida sedentária e ter especial atenção a doenças como a hipertensão, diabetes ou arritmias cardíacas.

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