Gestor da F&C diz que austeridade tem como “contrapartida " financiamento europeu a taxas de cinco por cento

Gestor de activos da F&C diz que eventual intenção da UE [ainda não confirmada nem detalhada] de adoptar novas medidas, no quadro do Fundo de Estabilização Europeu (FEE), para “travar” a crise da divida pública que está afectar os países periféricos, e a actualização do PEC se estão a revelar positivos.

Para o gestor de activos da F&C, Pedro Pintassilgo, “as novas medidas de austeridade anunciadas, enquadradas numa nova actualização do PEC, reforçam o compromisso de Portugal na senda da sustentabilidade das finanças públicas e da flexibilização laboral”. O gestor considera que a iniciativa do governo, de anunciar mais medidas severas, foi tomada como “contrapartida para um apoio financeiro de médio prazo da Zona Euro através da realização de empréstimos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira a uma taxa de juro em torno dos cinco por cento”.

No rescaldo da cimeira de chefes de Estado da zona euro, que se realizou, na sexta-feira passada, “o custo de financiamento da dívida soberana (implícito nas cotações da dívida em mercado secundário) de vários países periféricos está em queda”, nomeadamente na Grécia, Portugal, Espanha, Itália e Bélgica. O gestor de investimentos destaca ainda que nos mercados accionistas “o comportamento do sector financeiro está a liderar as valorizações” e nota que os bancos da Península Ibérica estão a subir mais de três por cento.

Já no mercado cambial, Pedro Pintassilgo nota que “é visível um reforço do euro face às principais moedas, sinal de que os investidores consideram que as respostas dadas à crise estão a ser credíveis no âmbito do reforço de competitividade, aumento de coordenação das diferentes politicas orçamentais nacionais e para atacar situações de emergência com o reforço da dotação do ESM, de 250 mil milhões de euros, para 440 mil milhões de euros, no imediato”. A situação portuguesa tem sido vista, como sendo particularmente delicada, devido à combinação entre o nível de endividamento, o crescimento da despesa pública e o fraco crescimento do produto.

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