Juros a cinco anos em novo máximo acima de 7,5 por cento

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O ministro das Finanças disse que juros acima de sete por cento poderiam justificar pedir ajuda Pedro Cunha/ arquivo

Os juros da dívida pública registados nos mercados secundários para as obrigações a cinco anos ultrapassaram hoje os 7,5 por cento, um novo máximo desde que há euro, e os das obrigações a dez anos aproximavam-se do seu recorde de 7,64 por cento no mês passado.

As obrigações portuguesas a cinco anos estavam a ser particularmente pressionadas, registando-se uma taxa implícita de 7,582 por cento às 11h10, segundo dados da agência Reuters, muito próxima dos 7,607 por cento que se registavam à mesma hora para as obrigações a dez anos.

Os dois valores representavam uma subida face ao final da semana passada, mais pronunciada no caso dos títulos que vencem a cinco anos, que bateram um novo recorde desde que há euro e desde Setembro de 1996. A margem (spread) face às obrigações alemãs estava em 496,4 pontos-base, o que é um novo máximo desde que há registos na Reuters, a partir do início de 2004.

A taxa a dez anos estabelece um novo máximo desde que há euro se fechar a este nível, mas no dia 11 do mês passado chegou a atingir 7,64 por cento. Tem estado desde dia 4 de Fevereiro sempre acima de sete por cento, o limiar psicológico que o ministro das Finanças disse no ano passado poder justificar um pedido de ajuda externa.

A taxa de juro a cinco anos está a fechar diariamente acima do limiar psicológico dos sete por cento desde dia 18 de Fevereiro e hoje atinge pela primeira os 7,5 por cento, estando quase colada ao valor da taxa a dez anos, o que não é uma situação normal.

As subidas de hoje acontecem a dois dia de um novo leilão de Obrigações do Tesouro a médio prazo, em que o IGCP vai leiloar 750 a mil milhões de euros da OT 5,45 por cento Setembro 2013.

As taxas de juro que as agências Reuters e Bloomberg divulgam para os juros implícitos nos mercados secundários resultam de indicações dadas por operadores importantes destes títulos, sobretudo grandes bancos, e podem corresponder quer a transacções realizadas quer a intenções, que poderão não se concretizar. Por este motivo, são muito vulneráveis à especulação.

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