Sampaio acredita que controvérsia sobre a queda da ponte Entre-os-Rios “nunca morrerá”

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Sampaio diz que o acidente marcou muito o seu mandato Foto: Sérgio Azenha/arquivo

Jorge Sampaio era o Presidente da República quando a ponte de Entre-os-Rios caiu, a 4 de Março de 2001. Hoje, recordou a tragédia que muito “marcou” o seu mandato, defendendo que a controvérsia sobre a matéria “nunca morrerá”.

O então Presidente da República tem memórias “terríveis” da queda da Ponte Hintze Ribeiro, comentou com os jornalistas no final de uma conferência que decorreu ontem à noite no Porto. Recordou que chegou ao local no segundo dia. “Nunca mais me posso esquecer do que foi o sofrimento, a gravidade das coisas, a tristeza, um povo inteiro junto ao rio, o rio a passar com uma velocidade extraordinária”, relatou.

Considerando que foi um acontecimento que “marcou muito” o seu mandato, Jorge Sampaio salientou a importância do apoio psicológico dado aos familiares que perderam as 59 pessoas que morreram com a queda da ponte. “Não poderei esquecer o que eram as caras das pessoas que ficaram sem os seus entes queridos e nós percebíamos, no fundo, apesar dos esforços, que a velocidade daquela corrente era de tal ordem que algumas pessoas nunca mais seriam encontradas, embora tivéssemos feito tudo que era possível”.

Questionado pelos jornalistas sobre se considera que após a tragédia foi tudo tratado como deveria ter sido, o ex-chefe de Estado afirmou que a “controvérsia nunca morrerá numa matéria” como esta. “Em direito, a questão da causalidade, o que é que causa o quê, é das coisas mais difíceis, que se estuda durante vários anos na faculdade. Nunca se saberá ao certo. O pior é que as pessoas desapareceram. Isso é que é a tragédia que é preciso ter bem presente”, defendeu.

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