Risco de “choque petrolífero” é real e afectará a política monetária europeia

Foto
Sukree Sukplang/Reuters

A escalada do preço do petróleo nas últimas semanas tem riscos associados não só a um “choque petrolífero durável”, mas também à “política monetária ou simplesmente à política” nos Estados Unidos e na Europa, avisa um dos responsáveis da Reserva Federal norte-americana (Fed).

Segundo Dennis Lockhart – que falava hoje aos jornalistas na Florida, nos Estados Unidos – para avaliar “de forma realista” as perspectivas de a economia norte-americana continuar a crescer, é preciso ter em conta os riscos “de um choque petrolífero durável”.

Tal como dissera, na terça-feira, o presidente da instituição, Ben Bernanke, alertando para uma persistência na alta dos preços do crude, Lockhart assumiu estar “um pouco mais prudente” do que há umas semanas em relação ao desempenho da primeira economia mundial. E disse, embora sem avançar com mais pormenores, que existem riscos de uma crise petrolífera, com repercussões sobre as políticas monetárias norte-americana e europeia.

Lockhart, que já esteve durante sete anos a trabalhar no Médio Oriente como banqueiro, disse que “a maior incerteza” para o desemprenho da economia dos Estados Unidos é precisamente esta região, escreve a agência financeira Bloomberg.

“Neste momento, não se pode dizer com clareza se a violência e a instabilidade política se vão alastrar e intensificar e fazer subir ainda mais os preços do petróleo”, assumiu Lockhart, citado pela AFP, sobre a crise na Líbia. Isto no dia em que o preço do Brent no mercado de Londres, que serve de referência à Europa, se manteve em alta (embora com uma descida de 1,3 por cento relativamente à sessão de ontem, para os 114 dólares).

No entanto, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse também hoje que os países produtores de petróleo têm uma margem “considerável” para assegurar o abastecimento dos mercados mundiais de petróleo, escreve a mesma agência.

Quem também afastou um cenário de crise petrolífera foi a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, lembrando que o Brasil – que hoje confirmou a ascensão a sétima economia mundial – tem um nível de produção petrolífera próximo do da Líbia, de cerca de 1,6 milhões de barris por dia.

Notícia actualizada às 21h35
Sugerir correcção
Comentar