"Pequenos accionistas" ganham mais poderes na Galp

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A Galp convocou uma assembleia geral extraordinária para votação dos novos estatutos Adriano Miranda

A proposta de novos estatutos, a votos em assembleia geral extraordinária no próximo dia 28 de Março, determina que os accionistas com direitos de voto entre 10 a 20 por cento “poderão apresentar listas para os administradores a eleger".

Nesta eleição, “não participarão accionistas titulares de mais de 20 por cento do capital social com direito de voto da sociedade”, indica também a proposta aprovada pelo conselho de administração.

Em causa pode estar a representação que a petrolífera angolana Sonangol e Isabel dos Santos (filha do Presidente angolano) detêm no conselho de administração da Galp, caso venham a tomar uma posição directa no capital da petrolífera através da holding Esperaza.

Actualmente, a participação dos dois accionistas angolanos na Galp é indirecta (15 por cento), uma vez que ambos detêm 45 por cento da Amorim Energia, onde partilham o capital com Américo Amorim. A Amorim Energia detém 33,34 por cento da Galp.

Manuel Vicente, presidente da Sonangol e administrador da Galp, reafirmou em Fevereiro que os accionistas angolanos pretendem entrar directamente no capital da petrolífera portuguesa, afastando-se de Américo Amorim, mas sem necessidade de aumentar a posição que já possuem.

Para além da Amorim Energia, o restante capital da empresa está divido entre a Eni (33,3 por cento, e que está vendedora do capital), o Estado (oito por cento divididos entre Parpública e Caixa Geral de Depósitos) – que mantém direitos especiais – e o restante (mais de 25,3 por cento) está disperso em bolsa.

A votos, no âmbito da mudança de estatutos, irá também, entre outras, uma proposta para que 50 por cento dos lucros passem a ser distribuídos através de dividendos. Caso avance, esta medida só poderá ser alterada, no futuro, com maioria dos dois terços dos votos em assembleia geral.

Caso a proposta dos novos estatutos seja aprovada no final de Março, o novo conselho de administração que sair da assembleia geral agendada para 28 de Abril já irá seguir as novas regras.

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