Axel Weber contra compra de obrigações pelo fundo de resgate europeu

Foto
Axel Weber, presidente do banco central alemão Tobias Schwarz/Reuters

O presidente do banco central alemão, Axel Weber, reiterou hoje a oposição à compra de dívida soberana por parte do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), o fundo europeu de resgate permanente que entra em vigor em 2013.

A compra de obrigações de dívida soberana de países da zona euro ou a redução de taxas de juro nos apoios aos países em dificuldades financeiras “reduziria os incentivos para políticas fiscais sólidas” e “deve ser recusada”, disse Weber, num comentário escrito com Jens Ulbrich e Karsten Wendorff, também do banco central alemão, no jornal Frankfurter Allgemeine.

Axel Weber sugeriu, em vez da compra de obrigações, a extensão automática, por três anos, da data de maturidade das obrigações dos países que venham a recorrer ao mecanismo de estabilidade.

O presidente do banco central defendeu ainda o reforço do Pacto de Estabilidade e Crescimento, para aumentar a solidez das contas públicas dos países da zona euro.

Em meados de Fevereiro, Weber anunciou, de surpresa, a demissão do banco central alemão, e dará lugar, nos próximos dias, a Jens Weidmann.

Weber era apontado como um dos favoritos para substituir, em Outubro, Jean-Claude Trichet à frente do Banco Central Europeu mas com a demissão do banco central alemão acabou por desistir da corrida.

O banqueiro justificou o abandono da candidatura para a liderança do segundo mais poderoso banco central do mundo com a oposição de vários governos europeus ao seu nome, em grande medida devido às suas posições face à política de compra de dívida por parte do MEE.

No início de Fevereiro, os chefes de Estado e de Governo da zona euro decidiram aumentar, para cerca do dobro, a capacidade efectiva de financiamento do MEE, que entra em vigor a 01 de Janeiro de 2013, com uma capacidade inicial de 500 mil milhões de euros.

O MEE substitui o Fundo Europeu de Estabilização Financeira que já resgatou a Irlanda, e que tem uma dotação de 440 mil milhões de euros, mas cuja capacidade efectiva de financiamento é de 250 mil milhões de euros, sendo o restante utilizado como colateral.

Sugerir correcção
Comentar