Produtores de leite manifestam-se à porta da Lactogal

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A manifestação agendada para esta quarta-feira vai ser “civilizada e pacífica”, assegurou a Aprolep Foto: Max Rossi/Reuters/arquivo

Centenas de produtores de leite estão hoje concentrados à porta da Lactogal, em Vila do Conde, para alertar para a crise que o sector atravessa. A empresa responde que não tem responsabilidade directa na formação dos preços da matéria-prima, uma das razões da manifestação.

O presidente da Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) explicou que o o objectivo da concentração, com o lema “indústria e distribuição, salvem a produção”, é alertar os vários organismos intervenientes no sector leiteiro, assim como o Governo e toda a sociedade, para “as imensas dificuldades que estão a ter em manter as explorações abertas.

Os agricultores querem que “haja união de esforços, sobretudo ao nível do Governo, para evitar a ruína” do sector, frisou à Lusa Carlos Neves. Nos últimos meses, os produtores tem-se vindo a queixar dos aumentos “brutais dos custos de produção que não estão a ser acompanhados, na mesma proporção, por um aumento do preço do litro de leite” vendido à indústria, explicou o responsável. E, segundo disse Carlos Neves à TSF, se não houver um aumento imediato do preço do leite cerca de 40 por cento das explorações poderão desaparecer.

A Lactogal reagiu, entretanto, à tomada de posição dos produtores de leite, dizendo em comunicado que a empresa “gere as compras de leite junto de uniões cooperativas, pelo que não mantém um relacionamento directo com produtores desta matéria-prima”. E, da mesma forma, diz, “não tem qualquer responsabilidade directa na formação dos preços, sendo aliás uma prática corrente da empresa pagar aos seus fornecedores de leite valores acima da média europeia, o que se mantém.”

A concentração de hoje é promovida pela Aprolep e associações de Agricultores de Vila do Conde e de Jovens Agricultores do Norte. Além do aumento do preço do leite, os produtores pretendem ainda a criação de mecanismos de ajuste ao preço, face à evolução dos custos de produção e que seja obrigatória a rotulagem nos produtos lácteos, para se saber a origem do leite.

Se a concentração não der resultado e os protestos não forem ouvidos, os produtores vão “endurecer a luta”, assegurou o líder da Aprolep.

Notícia actualizada às 12h58
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