O Eurostat reviu ligeiramente em baixa a inflação anual da zona euro em Janeiro, para 2,3 por cento, um valor largamente superado em Portugal, onde a inflação disparou para 3,6 por cento. Na UE, foi de 2,7 por cento.

Numa primeira estimativa, há cerca de um mês, o Eurostat anunciara uma inflação anual de 2,4 por cento em Janeiro, sem ter ainda anunciado valores por países. Os maiores contributos para a variação do índice harmonizado europeu no mês passado vieram do alojamento (1,2%) e dos transportes (1,0%, reflectindo neste caso a subida dos combustíveis) e da saúde (0,6%).

Este valor da inflação europeia (que ficou pelo segundo mês acima dos dois por cento, o objectivo de médio prazo do BCE) tem na base subidas de 5,1 por cento nos preços dos transportes, 4,5 por cento no alojamento e 3,7 por cento no álcool e tabaco. As taxas mais baixas registaram-se no vestuário (-0,6%), comunicações (-0,2%) e recreação e cultura (0,1%).

A Estónia teve a inflação mais alta em Janeiro na zona euro (5,1%), seguida da Grécia (4,9%), da Bélgica (3,7%) e de Portugal (3,6%).

O Eurostat apresenta como inflação anual o que em Portugal se costuma apresentar como inflação homóloga, e que representa a variação de um nível de preços num dado período (neste caso, um mês) face ao mesmo período do ano anterior.

Depois de ter estado em 1,9 por cento em Outubro e Novembro, a inflação anual passou para 2,2 por cento em Dezembro e 2,3 por cento no mês passado, o que tem alimentado a discussão sobre se essa tendência se prolongará e acabará por levar o BCE a subir a sua principal taxa directora, que se encontra em um por cento desde 13 de Maio de 2009, um nível historicamente baixo, que resultou da crise financeira internacional.

O Eurostat divulga amanhã a sua estimativa para a inflação em Fevereiro e na quinta-feira o BCE tem a sua habitual conferência de imprensa mensal.