O líder do PSD transmitiu hoje ao presidente do Parlamento Europeu que está preparado para governar e para fazer as reformas estruturais que considera que o Governo PS não é capaz de fazer, disse o eurodeputado Paulo Rangel.

“A reunião decorreu sob este sinal de que há de facto em Portugal um partido que está preparado para governar porque aquelas medidas [de austeridade] que são patrióticas apoiou-as e está disponível para fazer reformas que este Governo não é capaz de fazer”, afirmou Paulo Rangel.

O eurodeputado falava aos jornalistas no final da reunião entre o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, e o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, na qual participou, na sede dos sociais-democratas, Lisboa.

Para o PSD, “têm sido dados passos no plano da estabilização financeira mas não tem havido grandes avanços no contexto das reformas estruturais” que “estão praticamente todas por fazer”.

A necessidade de Portugal avançar com reformas estruturais que criem emprego foi a principal mensagem deixada hoje pelo presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, à saída da reunião com Pedro Passos Coelho.

Paulo Rangel manifestou-se convicto de que Jerzy Buzek “encontrou no presidente do PSD um interlocutor” que está “com energia e espírito inovador para fazer uma agenda para o crescimento assim que essa responsabilidade lhe seja pedida”.

“Ainda em Dezembro ouvimos falar de 40 ou 50 medidas para o crescimento e a verdade é que ninguém tem o seguimento do que aconteceu”, referiu, acrescentando que referiu este caso ao presidente do Parlamento Europeu como exemplo de que o Governo se “mostra incapaz ou esgotado” para avançar com reformas.

Este, disse, foi um exemplo que “foi dado para mostrar ao Presidente do Parlamento Europeu que independentemente das questões de austeridade é preciso uma agenda para a reforma e uma agenda enérgica e essa não está no terreno”.

Para Paulo Rangel, é preciso fazer reformas estruturais na “área da Justiça, no mercado de trabalho, nos sistemas públicos de prestações, na saúde na educação”, áreas em que disse haver “muito desperdício e muito gasto”.

Após a reunião com o líder do PSD, Jerzy Buzek reuniu com o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva durante uma hora.

No final do encontro, que se realizou no Palácio de Belém, Jerzy Buzek não prestou declarações à comunicação social.

Ao início da manhã, Jerzy Buzek tinha também estado na Assembleia da República, onde se escusou a falar sobre a possibilidade de Portugal recorrer a ajuda financeira externa, alegando não querer pronunciar-se sobre uma “decisão independente” do Governo português.

O presidente do Parlamento Europeu, que também já chegou a chefiar o Governo do seu país, a Polónia, disse que a principal mensagem que quer deixar nesta sua visita oficial a Portugal é uma “mensagem de solidariedade e confiança”.