Trabalhadores da CP garantem que cumpriram serviços mínimos

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Linha de Cascais teve fortes perturbações esta manhã João Gaspar

O Sindicato dos Maquinistas garantiu esta manhã que os trabalhadores cumpriram os serviços mínimos decretados para a greve e acusou a CP de incluir “comboios e condições de circulação” que não constavam na decisão do tribunal arbitral.

A porta-voz da CP, Ana Portela, disse hoje à Lusa que a empresa quer processar os trabalhadores que não cumpram os serviços mínimos decretados para a greve dos maquinistas, que decorreu entre as 05h00 e as 09h00, avançando que “o conselho de administração já deu instruções no sentido de serem instaurados procedimentos disciplinares aos trabalhadores” em alegado incumprimento.

Já o presidente do Sindicato dos Maquinistas, António Medeiros, assegurou à Lusa que os trabalhadores cumpriram os serviços mínimos “de acordo com a deliberação do tribunal arbitral e não com a opção que a empresa tomou”.

O sindicalista disse que a CP “quis atribuir outros comboios e condições de circulação que não estavam incluídas na decisão” do tribunal que decretou os serviços mínimos. “Nós cumprimos a lei. A empresa quis colocar-se fora da lei, exorbitando das competências que lhe cabem”, afirmou António Medeiros. “A empresa privilegiou uns itinerários ferroviários em prejuízo de outros, mas é uma opção que tem de assumir, não pode é sacudir a água do capote, desculpabilizando-se perante a opinião pública e atribuindo essa responsabilidade aos maquinistas”, acrescentou.

A empresa comprometeu-se a assegurar 25 por cento dos comboios que habitualmente circulam, não se realizando no entanto, as viagens dos alfa pendulares, inter-cidades e regionais até cerca das 10 horas da manhã.

Durante a manhã, e de acordo com a Lusa, os passageiros enfrentaram problemas para conseguir chegar ao destino.

Na linha de Cascais, os utentes mostraram-se hoje indignados com a falta de comboios com destino às estações intermédias. Quem quisesse ir para as Caxias ou para as estações entre Algés e Oeiras e entre Oeiras e São Pedro do Estoril teve dificuldades.

A diminuição do número de comboios a circular na linha de Sintra agravou também o tempo de espera dos passageiros na estação de Agualva-Cacém, que se mostraram revoltados com as dificuldades para se deslocarem.

Os maquinistas da CP iniciaram hoje às 05h00 uma greve para contestar o corte de salários que resulta das medidas de austeridade do Governo. Amanhã é a vez de os revisores e comerciais das bilheteiras da CP paralisarem.

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