Os dois melhores jogadores da actualidade encontram-se pela primeira vez nas equipas nacionais. O avançado do Real está em desvantagem face ao rival do Barcelona.

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi cruzam-se amanhã, pela sétima vez, num campo de futebol. Desta vez, fazem-no ao serviço das respectivas selecções - uma estreia -, na partida de carácter particular que Portugal e Argentina realizam em Genebra (20h, RTP). Será mais um capítulo no mediático duelo entre os dois melhores futebolistas da actualidade, símbolos de Real Madrid e Barcelona, adversários nas principais competições e rivais, a cada ano, na corrida pelo título de melhor do mundo.

Este será o sétimo encontro a opor os dois, mas já há mais dois marcados: ambos em Abril, na segunda volta do campeonato e na final da Taça do Rei. O argentino vai à frente e assim continuará, independentemente do resultado de amanhã: Messi venceu Cristiano Ronaldo quatro vezes e perdeu apenas uma. No primeiro jogo entre os dois, em 2008 (ainda com o internacional português no Manchester United), registou-se um empate sem golos. Cristiano Ronaldo nunca marcou num jogo contra Messi, mas o argentino já fez dois golos a equipas do madeirense - um deles na final da Liga dos Campeões 2008-09.

O duelo Cristiano Ronaldo-Lionel Messi tem tudo a ver com golos - e reflecte-se na luta entre Real Madrid e Barcelona. Se, na classificação, os catalães detêm uma vantagem confortável (sete pontos), entre os dois a disputa faz-se taco-a-taco. Cada um marcou 24 golos, tantos ou mais que nove das equipas da Liga espanhola. No conjunto das competições (Liga, Taça do Rei e Liga dos Campeões), Messi marcou mais quatro golos que Cristiano Ronaldo (37 contra 33). A maior diferença está na Champions, prova onde o argentino fez seis golos e o português quatro.

Há uma disparidade assinalável no número de remates que cada um leva nas várias provas. No total, Cristiano Ronaldo atirou à baliza por 246 vezes - 162 delas no campeonato (média de um golo a cada 6,75 remates). Messi precisa de menos tentativas para marcar. O argentino fez, nas três competições em análise, menos remates que Ronaldo no campeonato - sendo, portanto, muito mais eficaz. Dos 145 totais, 93 foram na Liga, o que dá uma média de um golo a cada 3,875 remates.

Messi também se superioriza a Cristiano Ronaldo no que diz respeito a passes para golo. O Barcelona já obteve 17 golos na presente temporada como resultado de assistências do pequeno argentino - 14 deles na Liga. Já o internacional português fez, no campeonato, cinco passes que deram em golo, para um total de oito em todas as competições.

O argentino tem a vantagem de jogar no Barcelona há várias temporadas, numa equipa cuja estrutura sofre poucas alterações. Por seu lado, Cristiano Ronaldo cumpre o segundo ano ao serviço dos merengues, mas isso não é obstáculo a que seja a principal figura da equipa. Dele depende, numa percentagem considerável, o sucesso ou insucesso da formação orientada por José Mourinho.

A título de exemplo, nenhum jogador de campo, seja do Barcelona ou do Real Madrid, jogou mais minutos que Cristiano Ronaldo. O internacional português soma, no total das competições, 3219 minutos de utilização. Nenhum outro ultrapassou sequer a barreira dos três mil. Lionel Messi cumpriu 2653.

A preponderância de Cristiano Ronaldo reflecte-se igualmente nos golos que o Real Madrid faz: entre os que marcou e os que deu a marcar, o internacional português participou em 58 por cento dos golos feitos pelos merengues no campeonato e esteve em 51 por cento dos remates, mostram os dados da empresa de estatísticas desportivas Opta. Messi participou em 54 por cento dos golos do Barcelona, mas o peso dele nos remates da equipa é de apenas 37 por cento, o que se explica pelo elevado número de assistências que fez.

Amanhã, no país da neutralidade, os dois génios contemporâneos do futebol voltam a enfrentar-se, pela primeira vez com as respectivas selecções. Cristiano Ronaldo e a selecção portuguesa regressam ao estádio onde somaram duas vitórias na fase de grupos do Euro 2008 (frente a Turquia e República Checa). Já sem Maradona, a Argentina e Lionel Messi procuram recuperar a serenidade. Quem levará a melhor?