Sarkozy quer alargar funções do FMI na supervisão dos fluxos de capitais

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Sarkozy hoje no Palácio do Eliseu, em Paris Philippe Wojazer/Reuters

O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, quer alargar o papel do Fundo Monetário Internacional na reforma do sistema monetário e na regulação dos preços das matérias-primas alimentares.

Sarkozy vai propor às 20 maiores economias globais a elaboração de “um código de conduta de gestão dos fluxos de capitais”, convicto de que uma “reforma do status do FMI é desejável para que prevaleçam as regras comuns”.

Na apresentação das prioridades da presidência francesa do G20 e do G8, hoje, em Paris, Sarkozy traçou como meta do seu mandato dotar o FMI de novos poderes na supervisão dos fluxos de capitais segundo critérios – que não especificou – que atenuem os “desequilíbrios persistentes” a nível mundial.

Para isso, um grupo de trabalho liderado pela Alemanha e pelo México – que assume a presidência do G20 no próximo ano – vai inaugurar, em Março, na China, um colóquio sobre o sistema monetário e cambial internacionais, debate que, diz Sarkozy, “não pode esperar mais”.

Paris não põe em causa “o papel eminente” do dólar nem pretende instaurar um “controlo de capitais”, mas alerta para o facto de que a emergência de novas grandes economias conduzirá à emergência de novas moedas nos mercados internacionais. Dizendo reconhecer que o dólar deve continuar a ser “uma moeda forte”, e enquanto a China e os Estados Unidos tentam superar as divergências sobre as suas divisas, Sarkozy assumiu o compromisso de procurar convergências e “reconciliar os antagonismos”.

O presidente do grupo que junta as maiores economias mundiais mostrou-se ainda favorável a uma taxa sobre as transacções financeiras de forma a encontrar “novos recursos para o desenvolvimento”. Mas para regular os mercados financeiros, disse, é preciso começar na regulação dos mercados das matérias-primas.

A Rússia vai presidir a um grupo de trabalho sobre a regulação dos preços agrícolas, que, nos últimos seis meses consecutivos, conheceram uma subida que levou a temer um regresso a uma crise alimentar.

O preço das matérias-primas alimentares alcançou em Dezembro níveis recorde desde Junho de 2008, segundo o índice da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

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