Blair lamenta perda de vidas no Iraque

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Blair foi questionado sobre a autorização da ONU à acção militar e a promessa de apoio aos EUA Stefan Wermuth/Reuters

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair reconheceu que referiu uma autorização da ONU a um ataque ao Iraque que o seu procurador-geral tinha afirmado que não existia, revelou que garantiu apoio total aos EUA ainda na fase de preparação para a invasão, e lamentou a perda de vidas.

As declarações foram feitas hoje, na segunda vez que Blair foi ouvido pela comissão britânica que investiga a participação de Londres na guerra, devido a “aparentes discrepâncias” nos testemunhos.

O aconselhamento legal foi uma das questões levantadas. Blair reconheceu que, em 2003, aludiu a uma autorização da ONU ao uso da força contra o Iraque. Nesta altura, o então procurador-geral, Peter Goldsmith, já tinha comunicado a Blair que, em sua opinião, a resolução da ONU sobre o Iraque não autorizava o uso da força. Goldsmith acabou por mudar de opinião. Blair disse ontem que o procurador-geral deveria ter sido envolvido nas discussões sobre um ataque ao Iraque, porque então teria concordado mais depressa que a resolução da ONU era suficiente.

Blair afirmou ainda que prometeu apoio total aos EUA desde cedo, embora continue a recusar que passou um “cheque em branco” à Administração Bush, e sublinhado que sempre mencionou a importância do aval da ONU.

Finalmente, Blair lamentou a perda de vidas, o que não tinha feito na sessão do ano passado porque pensava que uma questão sobre se tinha remorsos se referia apenas às suas decisões, justificou. Na assistência, alguém gritou: “É tarde demais.”

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