Portugueses ganharam mais títulos e em mais modalidades

Foto
No projecto Londres 2012 estão integrados 94 atletas de 18 modalidades diferentes Reuters

Não sendo o atletismo a modalidade mais mediática, todo o país está atento ao que se passa nos Jogos Olímpicos. O título da maratona de Carlos Lopes em Los Angeles 84 é um dos mais celebrados feitos do desporto português e Nélson Évora tornou-se numa figura nacional ao conquistar a medalha de ouro no triplo salto em Pequim 2008. Mas poucos sabem que, nesse mesmo ano, Diogo Calado foi campeão mundial de muaythai ou que José Manuel Faria se sagrou campeão da Europa em tiro com armas de caça na disciplina de fosso universal

Sem contar com o título individual de Jéssica Augusto e o da selecção feminina nos recentes Europeus de corta-mato, Portugal teve até 17 de Novembro de 2010, segundo dados recolhidos pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP) junto das federações desportivas, 61 títulos europeus e mundiais. Um número que representa uma ligeira quebra em relação a 2009, período em que somou 66 títulos. Desde 2004, ano em que a CDP iniciou esta contabilidade, e até 2010, Portugal contabilizou um total de 277 títulos, entre competições continentais e mundiais, em todos os escalões etários.

Desporto adaptado forte

Ao contrário do que se poderia esperar, mais praticantes ou mais apoios estatais não significam, necessariamente, mais títulos internacionais. Prova disso mesmo é o futebol, que está no topo em ambas as listas, mas, entre 2004 e 2009, tem zero títulos internacionais (no que diz respeito a selecções) em todos os escalões, não contando com os sucessos europeus do FC Porto na Taça UEFA e na Liga dos Campeões. São as modalidades menos mediáticas, como o surf, o tiro, o judo ou o atletismo que mais títulos têm conquistado. E deve fazer-se ainda uma referência ao desporto adaptado, responsável por dez dos 17 títulos mundiais conquistados em 2010 - dos 277 ganhos entre 2004 e 2010, 55 vieram do desporto adaptado.

Nos três últimos ciclos olímpicos (Sydney, Atenas e Pequim), Portugal conquistou sete medalhas. Nélson Évora foi o único campeão olímpico português neste período e nuns jogos em que Vanessa Fernandes foi vice-campeã de triatlo. Em Pequim, estiveram 77 atletas e, para além das medalhas, houve sete classificações entre o quarto e o oitavo lugares (diplomas), o que correspondeu a um decréscimo em relação ao que se havia verificado em Atenas 2004.

Nos Jogos gregos, não houve títulos, mas houve mais medalhas para a comitiva portuguesa - dois segundos lugares, Francis Obikwelu (atletismo, 100m) e Sérgio Paulinho (ciclismo, prova de estrada), e um terceiro, Rui Silva (atletismo, 1500m) - e mais diplomas (dez). Quatro anos antes, na Austrália, Portugal também não teve qualquer título olímpico, apenas duas medalhas de bronze, para Fernanda Ribeiro (atletismo, 10.000m) e Nuno Delgado (judo). Diplomas, foram seis.

No projecto Londres 2012, estão integrados 94 atletas de 18 modalidades diferentes, o mesmo número que esteve em Pequim e mais um que em Atenas. Bem longe dos seis atletas em três modalidades (atletismo, esgrima e luta) que marcaram a estreia portuguesa em Jogos Olímpicos, no longínquo ano de 1912, em Estocolmo.

Sugerir correcção
Comentar