Mais de 30 por cento dos hospitais públicos já utilizam telemedicina

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Dentro da telemedicina a teleradiologia é a técnica mais recorrente Foto: Carla Carvalho Tomás/arquivo

Em 2010, 21,1 por cento dos hospitais recorreram à telemedicina, sendo que se olharmos apenas para os dados dos hospitais públicos o número sobe para 33,6 por cento. Pelo contrário, esta prática ainda é residual nos hospitais privados, onde não se chega aos sete por cento, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística.

O “Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nos Hospitais” permitiu ainda perceber que dentro da telemedicina a teleradiologia é a técnica mais recorrente (83,7 por cento), seguindo-se a teleconsulta (53,1), a telecardiologia (32,7), a teledermatologia (30,6), a prescrição electrónica (22,4) a telecirurgia (14,3), a teleformação (14,3) e a telepsiquiatria (12,2).

Contudo, o mesmo inquérito revela que só 8,2 por cento das unidades de saúde possibilitam a marcação de consultas online, ainda que 98,7 por cento dos hospitais já utilizem a Internet, sendo que 96,1 por cento destes já dispõem de ligações em banda larga. Por região, as maiores carências estão no Algarve e os melhores resultados em Lisboa, Alentejo, Açores e Madeira.

40 por cento sem processo clínico electrónico

Apesar desta grande cobertura, no que diz respeito à utilização de meios informáticos nas actividades médicas desenvolvidas, ainda se registam grandes diferenças: 86,4 por cento dos hospitais utilizam estes meios no internamento, 82,6 na consulta externa e 62,1 no bloco operatório. Mas nas urgências a cobertura desce para 52,8 por cento e só 60 por cento das unidades já recorrem ao processo clínico electrónico. No quadro respeitante às funcionalidades disponibilizadas, o INE mostra que 27,2 por cento das unidades dispõem de computadores com ligação à Internet para uso dos doentes internados e que 4,7 por cento oferecem a possibilidade de as crianças internadas acompanharem as aulas por videoconferência.

Sobre a presença na Internet, 88,1 por cento das unidades disseram que estão de alguma forma representadas, em 76,3 por cento dos casos através de um site próprio. Nos sites, a informação institucional do hospital é a informação mais comum que é disponibilizada (97,1 por cento), seguindo-se o endereço electrónico para contactos externos (91,3) e os serviços prestados (82,1). A marcação de consultas médicas online é o item com menor penetração: 8,2 por cento, logo após a disponibilização de formulários para serem preenchidos e entregues online (12,6).

Encomendas

No último inquérito, em 2008, as consultas tinham também pouca expressão mas atingiam, ainda assim, os 12 por cento, sendo que foram inquiridas menos unidades do que em 2010. Lisboa é a região com mais presença na Internet e o Alentejo com menor. As unidades que disseram não estar presentes referiram não ter pessoal com as competências adequadas (25 por cento), não ser necessário ou não se adequar à instituição (25 por cento) e falta de recursos financeiros (14,3 por cento).

O inquérito mostra também que só um terço dos hospitais efectuaram encomendas de bens ou serviços por via electrónica e mesmo os que usaram esta via reconhecem que pesa pouco no total de compras. Em mais de metade dos hospitais que realizaram encomendas electrónicas este tipo de compras representou apenas dez por cento do total e o equipamento informático foi o bem mais encomendado.

O Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nos Hospitais 2010 foi realizado pelo Instituto Nacional de Estatística em colaboração com a Agência para a Sociedade do Conhecimento. O inquérito, de periodicidade bienal, englobou 235 hospitais (128 hospitais oficiais e 107 hospitais particulares) em território português e a informação foi recolhida entre Maio e Agosto de 2010. O período de referência dos dados é o momento da inquirição, salvo o comércio electrónico, que se refere ao ano de 2009.

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