Mira Amaral diz que é a classe média que vai "pagar a factura" do aumento de impostos

O ex-ministro Mira Amaral afirmou hoje que é a classe média que vai “pagar a factura” do aumento de impostos previsto no Orçamento do Estado e defendeu que o Governo podia “ir mais longe” no corte da despesa.

“O aumento de impostos para a classe média é muito grande”, disse o antigo ministro da Indústria, um dia depois de o ministro das Finanças ter apresentado a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2011. Para Mira Amaral, “é a classe média que vai pagar a factura deste aumento de impostos”, o que vai tornar a classe média “cada vez mais classe média baixa”.

O economista destacou os cortes nas deduções com saúde e educação, afirmando que “o PS está a fazer um brutal ataque ao Estado Social”. Mira Amaral considerou também que é possível “ir mais longe” no corte da despesa pública, defendendo a “extinção de institutos públicos, direcções gerais, empresas públicas, regionais e municipais que são socialmente inúteis e uma carga para os contribuintes”.

A proposta de OE já contempla uma lista de 50 organismos e institutos públicos que serão extintos, reorganizados ou objecto de fusão, mas o antigo ministro considera que o Governo “podia ir muito mais longe e fundo nesta matéria”.

O economista afirmou ainda que está por explicar o que “correu mal” no acordo feito com o PSD, em Maio, que “implicava um aumento de receitas de mil milhões de euros, com concomitante redução de despesa de mil milhões de euros”, para ser necessário “um orçamento tão brutal".

O ministro das Finanças classificou o OE2011 como o Orçamento mais “importante dos últimos 25 anos”, no qual está espelhado um conjunto de medidas de austeridade, entre as quais cortes nos salários dos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões, e o aumento de impostos, com o IVA a subir para 23 por cento e uma redução drástica das deduções em sede de IRS.

Em termos de previsões macroeconómicas, o Governo prevê um crescimento da economia de 0,2 por cento e um aumento do desemprego para uma taxa de 10,8 por cento.

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