Orçamento: Durão Barroso classifica situação portuguesa de "séria"

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Barroso lembra que os objectivos do défice para Portugal foram definidos já no auge da crise Vincent Kessler/Reuters

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, classificou hoje, em Bruxelas, a situação orçamental portuguesa como sendo “séria”, tendo pedido a Lisboa para dizer “rapidamente” como vai garantir os objectivos de redução do défice sem se desviar “um milímetro”.

“Na nossa opinião a situação é séria e deve ser encarada com grande sentido de responsabilidade nacional”, disse José Manuel Durão Barroso, numa conferência de imprensa em que apresentou as propostas de reforma do actual Pacto de Estabilidade e Crescimento europeu.

Questionado sobre as dificuldades na aprovação do Orçamento de 2011, o presidente do executivo comunitário referiu que as “questões complexas” têm respostas “relativamente simples” e que as autoridades portuguesas têm de dizer “claramente, de uma maneira credível e rapidamente, como vão concretizar os objectivos orçamentais já publicamente anunciados, garantir um défice de 7,3 por cento do PIB para este ano e 4,6 para o ano que vem”.

Durão Barroso recordou que estes dois objectivos, “de que Portugal não se pode desviar um milímetro”, foram negociados pelo governo português em Maio passado, quando a crise do euro estava no auge.

“Os objectivos anunciados então por Portugal foram muitíssimo bem recebidos, quer pelos seus parceiros da área do euro quer pelos mercados financeiros”, considerou o presidente da Comissão Europeia, acrescentando que “é importante que Portugal agora não os decepcione”.

Durão Barroso assegurou que “a Comissão [Europeia] está consciente das dificuldades em preparar, aprovar e executar um orçamento para 2011 tão ambicioso como necessário”, sublinhando que “é necessário que as dificuldades de negociação, que são naturais, não sejam entendidas como hesitações, mas infelizmente parece ser essa a interpretação dos mercados financeiros”.

“Faço um apelo para que rapidamente Portugal possa anunciar um orçamento para 2011 credível, amplamente apoiado e que vise o objectivo de 4,6 por cento do PIB”, concluiu.

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