Desafio é simplificar a vida às pessoas

As ideias que apresenta não são demasiado futuro e pouco presente?

A principal tecnologia para fazer tudo isto, do lado da geração, consumo e rede, está disponível. Temos esquemas de geração de energias renováveis altamente eficientes, temos o grande solar concentrado, turbinas muito eficientes, capazes de alterar por completo o lado do consumo, sobretudo dos edifícios.

Para o carro eléctrico, tudo isto está, em princípio, disponível, só é preciso desenvolver mais o armazenamento de energia das baterias, para que o carro eléctrico tenha autonomia para maiores distâncias, mas a tecnologia existe, precisa é de se desenvolver nos próximos anos e ser um transporte de massa.

Do lado da optimização do consumo dos edifícios, estão também disponíveis novos sistemas de gestão de energia e de climatização que permitem poupar 30 por cento do consumo energético. A tecnologia para ligar e desligar centralmente a energia que entra em casa está disponível. Nos EUA, atinge os 24 gigawatts o que equivale a 24 centrais nucleares a serem ligadas e desligadas enquanto falamos [trata-se de uma imagem, já que, em termos reais, a tecnologia nuclear não permite fazer isso].

A energia em casa está ligada quando há muita energia disponível e desligada [parte da climatização ou áreas secundárias] quando há uma discrepância entre produção e consumo. Portanto, a tecnologia está disponível, as redes inteligentes também e a pressão económica para que tudo isto aconteça também lá está.

E o sistema funciona...

Na Alemanha, por exemplo, tivemos no último ano várias vezes energia eólica cujos consumidores, na verdade, foram pagos para a consumir. Este não é um modelo económico viável para nenhum produtor de energia. Há uma pressão económica para que esta energia seja consumida com sentido e não há nada melhor do que a pressão económica.


Vem aí o carro eléctrico. Não vamos comprar apenas um carro eléctrico. Vamos ter de nos preocupar com a energia para o abastecer, com as redes, com a eficiência energética das nossas casas, com contadores inteligentes. A tecnologia não está a complicar-nos a vida?

É o desafio que todos enfrentamos: ter soluções que simplifiquem a vida às pessoas. Se for uma solução difícil de usar, não será aceite. As pessoas apenas querem o seu carro, guiá-lo, entrar nele de manhã e ter a certeza de que está pronto para as levar aonde e quando querem.

E isto ainda não têm. Haverá mais tecnologias de informação, mais comunicações, mais automação na rede, mas temos de fazer com que seja fácil de entender e de usar.

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