O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de São Tomé e Príncipe, que tem também funções de Tribunal Constitucional, confirmou ontem à noite os resultados das legislativas de dia 1 de Agosto, segundo os quais quatro listas conseguiram eleger deputados.

A Assembleia Nacional passa a ser constituída por 26 deputados da Acção Democrática Independente (ADI), de Patrice Trovoada, 21 do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social-democrata (MLSTP-PSD), sete do Partido da Convergência Democrática (PCD) e um do Movimento Democrático Força de Mudança- Partido Liberal (MDFM-PL).

“O povo sãotomense escolheu a mudança. Vamos realizar esta mudança, sobretudo no domínio da corrupção”, afirmou o líder do partido mais votado, filho do antigo Presidente Miguel Trovoada, que dirigiu o país de 1991 a 2001.

No entanto, nem mesmo com o apoio do MDFM-PL, do actual Presidente da República, Fradique de Menezes, Patrice Trovoada terá grande facilidade em governar, uma vez que a sua maioria não é absoluta, mas apenas relativa. E já disse que tentará incluir no executivo personalidades da sociedade civil, sem nenhum lugar de destaque nas diferentes formações políticas.

Desde que em 1991 se instituiu nas ilhas de São Tomé e Príncipe a prática multipartidária, o país já conheceu 14 primeiros-ministros, nenhum dos quais foi capaz de se manter todo o tempo de uma legislatura.

Para o próximo ano estão previstas eleições presidenciais, ao terminar o segundo mandato de Fradique de Menezes, que na chefia do Estado sucedeu a Manuel Pinto da Costa e a Miguel Trovoada. Este último é actualmente secretário executivo da Comissão do Golfo da Guiné, da qual fazem parte Angola, República Democrática do Congo, República do Congo (Brazzaville), Nigéria, São Tomé e Príncipe, Gabão, Camarões e Guiné Equatorial.