Festival de Paredes de Coura poderá mudar de data

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A organização queixa-se da falta de patrocínios para as duas últimas edições Nelson Garrido

A edição 2011 do Festival de Música de Paredes de Coura poderá vir a conhecer uma nova data, depois de três anos consecutivos a decorrer no último fim-de-semana de Julho, como aconteceu este ano. O evento poderá avançar no calendário, para a primeira ou segunda semanas de Agosto, como de resto aconteceu na maioria das 18 edições que já se realizaram. Para já não passa de uma possibilidade que, no entanto, está a ser equacionada pela Ritmos e pela Everything is New, que partilham a organização, face às dificuldades sentidas, este ano, com a contratação de bandas cabeça de cartaz.

Em declarações ao PÚBLICO, o responsável da Ritmos, João Carvalho, explicou que os festivais da Austrália e no Japão, que coincidem com o de Coura, acabaram por dificultar a contratação de bandas "prioritárias". Carvalho admitiu que a hipótese de alteração da data "está em cima da mesa", mas também sublinhou que "não é um dado adquirido". Está dependente do mercado, e só no final do ano será tomada uma decisão. "A partir de Outubro/Novembro vamos estar atentos ao planeamento das digressões das bandas. Em Dezembro definiremos o calendário e até anunciaremos um grande nome", adiantou. Em último recurso, caso estes objectivos falhem, a produtora poderá "adiantar o festival, uma ou duas semanas".

Apesar de o cartaz de 2010 ter sido difícil de fixar e de não ter sido "o desejável", o responsável garantiu que o balanço "é muito positivo". "Foi um festival com bom ambiente e grandes concertos que vão ficar na memória ."O Festival de Música de Paredes de Coura, que se realiza na praia fluvial do Taboão, conseguiu reunir este ano, na 18.ª edição, cerca de 20 mil pessoas em cada um dos quatro dias do evento.

A organização queixa-se da falta de patrocínios para as duas últimas edições. De acordo com João Carvalho, a quebra de receitas ronda os 300 mil euros. A crise económica não é a explicação apontada, mas sim aquilo a que João Carvalho chama "o provincianismo serôdio" dos directores de marketing das grandes marcas. "É a crise intelectual destes directores que continuam a olhar só para Lisboa", sublinha, estendo a crítica à Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal. "Negociações não têm faltado, mas de concreto nada", lamenta.

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