Músico Wyclef Jean anuncia candidatura à Presidência do Haiti

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Jean tem angariado ajuda humanitária para o Haiti DR

O músico Wyclef Jean, fundador do grupo hip-hop The Fugees e vencedor de três prémios Grammy, deverá anunciar amanhã que é candidato à Presidência do Haiti, de onde é natural, nas próximas eleições marcadas para 28 de Novembro.

Segundo avançou a estação televisiva norte-americana CNN, Wyclef Jean, que já terá cumprido as formalidades exigidas pela lei eleitoral, vai oficializar a candidatura no programa de Larry King.

“Se eu não puder dispôr de cinco anos da minha vida para servir o meu país como Presidente, então tudo aquilo que eu tenho cantado, como por exemplo a igualdade de direitos, perde todo o significado”, justificou o músico à revista “Time”, que avançou a notícia apesar de Wyclef Jean ter dito que ainda não estava completamente decidido.

Nascido, nos arredores da capital Port-au-Prince, em 1972, Wyclef Jean imigrou para os Estados Unidos aos nove anos de idade. A família estabeleceu-se no bairro nova-iorquino de Brooklyn e instalou-se num prédio de habitação social. “Era a zona mais dura e perigosa daquela época”, recordou o cantor e produtor musical, que é um dos mais bem sucedidos da indústria norte-americana.

Em 2005, Jean criou a Fundação Yele Haiti, que se dedica à promoção das artes e educação e distribui ajuda humanitária. Dois anos mais tarde, Jean foi nomeado “embaixador honorário” pelo actual Presidente René Preval, que esgota o seu mandato em Fevereiro de 2011 e já não pode concorrer à reeleição. “Desde o primeiro álbum dos The Fugees que andei a promover o Haiti, a falar sobre as duras condições em que vive a população”, admitiu o cantor.

O envolvimento de Wyclef Jean com a reconstrução do seu país depois do catastrófico terramoto de 12 de Janeiro, que matou 220 mil pessoas e deixou centenas de milhares de desalojados, alimentou a especulação de uma futura carreira política. Vários analistas prevêem uma vitória fácil do músico, que goza de enorme popularidade.

“Se não fosse pelo terramoto, talvez precisasse de mais dez anos para tomar esta decisão. Mas o desastre tornou bem evidente que o Haiti não pode esperar mais dez anos para finalmente entrar no século XXI”, comentou o artista, acrescentando que a solução para o futuro assenta na educação, criação de emprego e investimento.

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