A comissão política concelhia do PSD/Guarda reagiu hoje com “preocupação” ao anunciado encerramento da Delphi, considerando que a Câmara e o Governo não encontraram “alternativas” à fábrica multinacional que vai fechar a 31 de Dezembro.

“É com preocupação que a Comissão Política de Secção do PSD do concelho da Guarda assiste à notícia do encerramento definitivo da Delphi, a qual já se encontrava muito debilitada, face aos empregos que garantiu no passado”, refere o PSD em comunicado.

A concelhia social democrata presidida por Manuel Baptista Rodrigues também denuncia que a Câmara da Guarda, liderada pelo socialista Joaquim Valente “não soube dotar o concelho, de forma atempada, de estruturas económicas e empresariais, de modo a minorar os custos sociais decorrentes desta realidade anunciada”.

O dirigente partidário disse à Lusa que o encerramento da Delphi “vai agudizar mais a crise social que está a ser vivida na cidade e no concelho, onde não há alternativas de emprego”.

Manuel Baptista Rodrigues também defende que o Governo, “no momento em que se preocupa mais em taxar as autoestradas deveria dar sinais de discriminação positiva para esta zona desprotegida” do país.

Para o PSD, a Câmara da Guarda e o Governo socialista, “em vez de, sucessivamente alimentarem falsas esperanças à Guarda e aos seus habitantes, deveriam ter tido a capacidade de compreender as mudanças da economia global, encontrando soluções alternativas e galvanizando os agentes económicos para os benefícios do investimento” na região.

“Exige-se que a Câmara Municipal explique quais as concretas medidas de política económica e social a adoptar e, sem falsas demagogias, informe que procedimentos estão em curso, face ao uso e afectação das instalações e terrenos adjacentes” da fábrica, desafia o líder social democrata.

A fábrica Delphi na Guarda vai encerrar portas a 31 de Dezembro, lançando para o desemprego 321 trabalhadores, anunciou na sexta-feira Vítor Tavares, dirigente do Sindicato das Indústrias Transformadoras e da Energia - SITE, no final de uma reunião com a administração.

Fonte da multinacional disse à Lusa que a administração justifica a medida, porque não foi possível garantir a viabilidade da unidade.

A fonte adiantou que “a Delphi decidiu consolidar todo o negócio de cablagens série em Portugal na sua fábrica de Castelo Branco encerrando no final do ano a unidade da Guarda”.

Entre 31 de Dezembro de 2009 e finais de Maio deste ano a Delphi da Guarda despediu 601 pessoas, a maioria mulheres.