Cemitério de gladiadores encontrado em estado de boa conservação

A principal pista foram as marcas de dentadas nas ossadas. Com esse e outros indícios sobre a descoberta, ao longo da última década, de 80 esqueletos em York, no norte de Inglaterra, pesquisadores ligados ao York Archaeological Trust acreditam ter encontrado o mais bem preservado cemitério de gladiadores romanos conhecido.

O arqueólogo Kurt Hunter Mann, responsável de campo, explicou ontem à imprensa britânica que as mordidas terão sido feitas por animais como leões, tigres ou ursos. O arqueólogo refere ainda lesões (curadas e não curadas) causadas por armas, nomeadamente no crânio.

Segundo Kurt Hunter Mann, todos os esqueletos encontrados se enquadram no perfil físico do que seria um gladiador romano, ou seja, são do sexo masculino, de constituição física robusta e de altura acima da média. Outro dado relevante: as marcas de assimetria nos braços dos esqueletos que os arqueólogos associam ao uso, desde cedo, de armas, levando ao desenvolvimento desigual dos braços.

Os esqueletos, de datação estimada entre os séculos I a.C. e IV século a.C., altura em que os romanos construíram arenas e anfiteatros em cidades como Londres e Chester, parecem ter sido enterrados juntamente com bens que os acompanhariam numa outra vida. Num dos sepulcros, juntamente com o homem, estavam vestígios do que parece ter sido carne de cavalo, vaca e porco, possivelmente consumida no funeral. Este homem terá sido decapitado com vários golpes de espada no pescoço.

Hunter Mann diz que tudo aponta para que sejam, de facto, os restos mortais de gladiadores romanos, mas explica que a investigação será continuada sem qualquer tipo de preconceitos.

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