AEP critica tolerância de ponto “num momento em que são pedidos muitos sacrifícios

A Associação Empresarial de Portugal (AEP) considera que a decisão do Governo de dar tolerância de ponto por ocasião da presença do Papa Bento XVI em Portugal é “um sinal contrário ao que o actual momento difícil exige”.

“Num momento em que estão a ser pedidos muito sacrifícios, o Governo dá um sinal no sentido contrário” ao conceder tolerância de ponto no dia 13 de Maio em todo o país, disse à Lusa o vice-presidente da AEP.

O Governo decidiu dar tolerância de ponto a todos os trabalhadores da Administração Pública no dia 13 de Maio, por ocasião da presença do Papa Bento XVI em Portugal, estando ainda dispensados os funcionários públicos na tarde do dia 11 de Maio em Lisboa, e na manhã do dia 14 no Porto.

Em declarações à Lusa, Paulo Nunes de Almeida realçou que, “no actual momento, em que o país está confrontado com uma situação difícil, que obrigou a um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que todos têm que lutar para cumprir sob pena de haver problemas de futuro, estar a dar uma tolerância de ponto de um dia mais dois meios dias não devia acontecer”.

O dirigente associativo considera ainda que a tolerância de ponto “é mais uma discriminação positiva dos funcionários públicos em relação aos portugueses em geral”, uma situação que, acrescentou, “vem em cima de muitas outras de tratamento diferente que não deviam acontecer”.

“Não pomos em causa a importância da visita do Papa, que é um acontecimento que deve ser referenciado e que é importante para o país, mas achamos que as pessoas se devem organizar como acontece em todos os anos no 13 de Maio”, afirmou Paulo Nunes de Almeida.

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